Parece até que gostamos de viver sob o risco iminente todo o tempo e durante o tempo todo, ou seja, adoramos viver perigosamente; nossas escolhas são sempre as mais fatalistas, nossos amigos estão sempre envolvidos nos casos mais absurdos, conforme os noticiários das colunas mais picantes, os políticos para os quais temos votado nos últimos tempos são sempre os mesmos metidos nas intercorrências policiais nos últimos tempos.
A quem recorremos para resolver os problemas do nosso dia a dia está sempre procurando sair das enroscados que se meteram em atividades anteriores, em outras palavras, somos os mesmos de sempre, não há para quem reclamar.
Enquanto os países de todos os continentes buscam fórmulas para retornarem ao mundo da normalidade, com a produção, educação e a própria sociedade voltando lenta e progressivamente ao local onde paramos e nos submetemos ao recolhimento forçado, por conta das circunstancias e alheio a nossa vontade.
O Brasil de braços dados com a incompetência mesquinha de nações falidas, desacertadas e distantes de rumos, em direção aos templos desapontados dos incompetentes, tem repetido por todos os caminhos percorridos a velha ladainha do Deus nos acolherá e saberemos sair dessa fase negra, quem sabe, um dia aprenderemos a lição e a humanidade saberá o quão esperto o somos.
Depois de vaguear com palavras na introdução vamos ao cerne da questão para podermos justificar o título. Acompanhando o comportamento das autoridades e políticos nos últimos dias, percebemos que os lacaios da República não estavam ausentes, apenas a maioria estava hibernando, para com energias renovadas poder aproveitar o melhor momento para se apresentar como salvador da pátria.
É chegado o momento certo, o Presidente Bolsonaro entre a cruz e a espada, sem apoio político e perdendo popularidade junto aos seus apoiadores, descrente da recuperação do seu prestígio, humilhado pelo Congresso Nacional sem conseguir aprovar qualquer PL ou MP, sendo bloqueado pelo STF, com justificativa de inconstitucionalidade, quando o assunto passa pelo Congresso simplesmente é barrado na Casa Guardiã das Leis.
Dessa forma, Bolsonaro é impelido, por força das circunstâncias ir buscar apoio na facção composta por vários partidos, reconhecido com Centrão e protagonista de vários capítulos de uma novela sinistra, permanecendo em evidência durante vários governos de ideologias diferentes.
Tem coisas dentro de uma República tidas como Democráticas que não convém ir ao fundo das questões, por mais evidentes que sejam, se tornem imperscrutáveis, permanecendo sob malhete até que seja considerada caduca, não apenas pela idade, mas pela necessidade que o sigilo seja mantido para o bem e a ordem dos Poderes.
E assim, o tempo se encarregará de fazer as tintas dos papeis sejam apagadas e em seguida esses mesmos papéis sejam efetivamente incinerados. Quando afirmo que precisamos, até em caráter emergencial, separarmos os interessados dos interesseiros, não se trata de nenhum proselitismo, tudo que é formado na cabeça do homem não há como mudar, se ocorrer alguma mudança de ação ou pensamento será apenas temporário, ou apenas por conveniência ou simples formalidade, sem nenhuma base fundamental. Temos visto nesses últimos meses muitas idas e vindas sem nenhuma mudança séria e ou em benefício do País.
A derrocada administrativa do Ministério da Saúde, o que ocorre no País prova e comprova que o pior que pode acontecer é delegar Poderes para alguém incompetente, quanto maior o Poder maior a tragédia que ele proporciona, não há limites para ele, quando alguém se julga capaz de ser superior a tudo e todos é o ápice da ignorância, nesse ponto nada pode detê-lo.
Quando alguém dentro da sua ignorância julga a cultura, o conhecimento técnico e científico, a experiência dos mestres como algo sem importância alguma é a tragédia se aproximando da humanidade, nesse ponto final só podemos esperar tragédia humana. Antes que o pior aconteça é preciso que o bom senso separe os interessados dos interesseiros, ou o joio do trigo. É preciso que se tenha coragem para agir dessa forma, mas é necessário e importante para o País.
O que vem acontecendo com a saúde pública no Brasil, é uma amostra do que pode ocorrer em outros setores ou todos eles juntos. O próximo ataque que pode acontecer será na área econômica, o super gerente (ministro) da área já não tem o mesmo protagonismo, o mercado já comenta a possibilidade do Brasil perder a referência na sua economia, assim como perdeu seu ministro da Justiça e Segurança Pública, assim como se viu acéfalo, em aproximadamente 30 dias, com a derrubada de dois ministros da Saúde, por pura incompetência gerencial do Governo Central. Quem viver verá.
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