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Foto do escritorGenival Dantas

Gritos, alaridos e o silêncio, características sintomáticas do ferrabrás(29/05/2020)



O momento é de extrema delicadeza, a pandemia sanitária nos levou ao clima quente da destoante fase crítica da economia mundial, países envoltos em situações de penúrias, governos fazendo malabarismos e até contorcionismos financeiros para se safarem das suas encruzilhadas desastradas e desastrosas numa estrada de poucos contornos e muitos buracos.

Nações que vinham mantendo sua manutenção no mercado internacional com participação criativa e respeitada entra no olho do furacão de destruição profunda, sem prazo para sair do embaraço envolvido e até mesmo receio de em saindo dele não saber se terá recaído durante o percurso. Verdadeira incógnita que só o tempo dará solução, nem mesmo uma rota de fuga há no script, que não foi escrito, apenas jogado aos ventos para possíveis orientações de comandantes muitas vezes insipientes e intolerantes.

Uma verdadeira odisseia vivida em pleno século XXl, numa nave clandestina em direção ao planeta desconhecido com final incerto. Essa é a verdadeira história de aventuras em que o brasileiro inocentemente se meteu nesse início de século e milênio, juntamente com os demais terráqueos que lutam para saírem dela pelo menos pela porta dos fundos.

De todos os passageiros das naves em direção ao futuro somos aqueles, talvez, em pior situação, já nos encontrávamos em péssimas situações, uma tripulação devidamente incompetente, cujo comandante é paranoico, receia que todos os passageiros fossem seus inimigos mortais, tem um único pensamento firme que é o desejo de não perder o comando da nave, para tanto, se apega as anódinas e anodia e assim a nave sem destino segue em direção ao nada ou ao tudo, uma questão de semiologia.

Alguém mais lúcido pensa como se estivesse em terra firme, começa a refletir sobre o que está verdadeiramente acontecendo com a nossa realidade. Percebe que muitas vidas já foram perdidas e poderia ter sido pior se os comandantes dos entes subfederados (naves satélites), Estados e Municípios, não tivessem tomado o controle dos seus espaços e deixado à população totalmente livre para a contaminação do Coronavírus, certamente os números atuais seriam mais assustadores.

A economia em frangalhos, os setores produtivos se deteriorando, com a população recolhida e sem produzir, os conflitos aparecem, as crises de ansiedades e a angústia dos mais reclusos toda conta da sociedade. Aqueles que são mobilizados para tratar da saúde pública são frequentemente contaminados pelo vírus chegando a pagar com a própria vida, pela sua determinação e coragem.

Enquanto isso, poucos são os setores econômicos que ainda respiram aliviados, mesmo assim com previsão de pouco tempo de oxigenação forçada e ao mesmo tempo economizada. A previsão para o Governo é desastrosa, não há como segurar a crise por muito tempo, os valores inicialmente liberados para a camada da sociedade mais carente, como os desempregados, desassistidos e desamparados, além dos autônomos e pequenos empreendedores, estão vendo o tempo correr e mesmo o pequeno valor que o Governo vem lhes pagando já está no seu final, tudo tem começo, meio e fim.

Mesmo o lúcido tem perdido a esperança, não acredita mais que o comandante da nave possa reverter à situação, seus auxiliares são fracos e inoperantes, quando muito tumultua mais ainda o ambiente ambivalente, ninguém se entende, a torre de controle fica mais distante e com orientações destoantes. A única alternativa, e se pudesse fazer, era dar um cavalo-de-pau na nave e retornar ao ponto de origem, pelo menos, em terra firme poder fazer uma avaliação objetiva, com outro comandante, seguir com novo plano de voo, esse está totalmente furado.

Genival Torres Dantas

Poeta, escritor e Jornalista

genivaldantasrp@gmail.com.br



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