O Fato Sem Politicagem 01/01/2021
Certa feita um poeta da nossa língua tentou montar uma nova palavra para harmonizar seus versos e mandou ao texto, graviolênica, era sabedor que graveolência era mau cheiro e os eruditos não iam lhe interpretar bem imputando àquele termo uma nova denominação, dessa forma ele juntou duas fases numa mesma situação, ou seja, grave e violência, estava montada a cena do crime. Como gramática é uma coisa de difícil explicação, mormente em situações recentes, gera conflitos e até confrontos, o meu ilustre poeta não levou a cabo seu intento preferindo suprimir a frase que estava sendo produzida, fugindo de novas inimizades.
Lembrei-me dessa narrativa ontem, 31/12/2020, quando terminara o último texto para o quarto livro da trilogia, ainda em composição, pois restam mais quatro volumes para finalizar a obra iniciada com o livro “Trapos e Cacarecos Políticos”. Hoje, precisamente hoje, estou iniciando o quinto volume com previsão de finalizá-lo em junho próximo, dentro do primeiro semestre, sequenciado pelo sexto até a finalização completas com o oitavo volume e dentro da perspectiva de um tomo por semestre. Há certa coincidência com o período de governo do presidente Bolsonaro, porém é bom informar que não há nenhuma ligação política com o fato em si, trata-se de crônicas de política, sim, mas, sem politicagem.
Retornando ao pensamento inicial a relação direta com o momento atual é pela geração de conflitos existente entre um final de ano entendido como o mais violento, em termos de pandemia, depois da gripe espanhola no final do século XVlll e início do XlX, portanto há 120 anos, da mesma rapsódia tétrica em todos os seus limites e extensões, com fatos e evidências repetidas sem o necessário aprendizagem em situações de riscos para a humanidade, dando-nos a sensação e conotação de atraso explícito nas práticos do setor médico científico, mesmo com todo arsenal tecnológico adicionado ao incremento da informática de ponta que hoje assiste aos novos desenvolvimentos.
O que verdadeiramente temos sentido é uma absoluta falta de interesses de se chegar a um resultado favorável para solução imediata da crise planetária da atual pandemia do Coronavírus, verdadeira futrica de comadres mal resolvidas, quando o resultado das conversas não leva nada a lugar nenhum. Essa situação só nos traz prejuízos financeiros, morais e humanos, com perdas de vidas e muitas pessoas com saúde plena e acometidas de doenças quando diagnosticadas como portadora desse maldito vírus, ainda pessoas possuidores de comorbidades vão tendo suas vidas abreviadas pelo mesmo motivo.
O fato é que já estamos no novo ano de outra década, a terceira do século; terceiro ano do governo Bolsonaro, a segunda maior tragédia nos últimos tempos, perdendo apenas para o Coronavírus, de novo apenas a certeza que teremos mais 17,5 mil horas de tensão, medo e vergonha de um governo que não se sustenta por nada entender de administração e política governamental, todas as atividades do próprio governo estão travadas nelas mesmas.
Planejamentos inexistentes e reformas absolutamente esquecidas, atitudes só para as iniciativas direcionadas ao novo pleito eleitoral esperado para 2022 e previsão de reeleição do próprio Bolsonaro. A administração da maior crise sanitária simplesmente entregue aos administradores dos Estados e Municípios, por culpa da indigência administrativa do governo central e pela própria indulgência da população com pedido de socorro aos governantes mais próximos e ativos.
Estamos numa verdadeira corrida contra o relógio e a apatia de quem deveria cuidar dos reais problemas do país, agora o que mais nos assusta na pandemia não é mais o Coronavírus, há outra agravante, variantes detectadas em nosso país, denominada de Cepa, dizem que não é mais letal, porém é mais contagiosa. Isso é muito pouco para quem se encontra quase no fundo do poço, além da dívida pública ter se atirado de um patamar maior, no início deste ano já temos um valor estipulado de (R$ 1,31 trilhões) grande parte desse valor com vencimento para o primeiro semestre.
Outro fator que tende a piorar o que já se apresenta arruinado é o fato dos novos prefeitos com mandatos iniciados hoje, eles estão proibidos por iniciativo do Legislativo Federal de tomar iniciativa de novas dívidas incluindo-se contratação de mão de obra, exceto vagas existentes e para suprir ausências em cargos e por aposentadorias, verdadeiro engessamento na administração municipal, essa determinação é válida até o final deste ano.
Não querendo ser pessimista, mas sendo, vamos torcer para que o nosso poder de criatividade supere nossas emoções ante a calamidade continuada e que se aproxima com mais relutância e que o nosso propósito de trabalho seja mais profícuo que o do ano anterior, em todas suas vertentes, pois sorte é para quem não tem coragem de trabalhar e encarar os contratempos.
Genival Dantas
Poeta, Escritor e Jornalista
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