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Governo Bolsonaro é um suicídio político em fase terminal(08/06/2020)

Foto do escritor: Genival DantasGenival Dantas

Aquele candidato presidencial, revestido de um discurso moralista, altivo nas suas propostas no combate a corrupção, inimigo da velha política praticada por políticos arrivistas, defensor dos pobres e oprimidos pela corrupção sistêmica, incrustada no seio do Poder pelo Partido por ele combatido, o Lulopetismo e seus aliados, vinha aí, conforme a propaganda política o verdadeiro paladino do Estado Democrático de Direito, o novo salvador da Pátria, aquele que surgia para defender o Brasil e recuperar o País das mãos dos sequestrados do Estado brasileiro.

Tudo bem, tudo certo, candidato eleito, Presidente empossado, novo ano, renovação das esperanças de um povo sufocado pela tragédia dos últimos 16 anos, exceto os últimos dois anos quando o Brasil foi administrado pelo vice-presidente Michel Temer, em substituição a presidente impichada, Dilma Rousseff. Primeiros dias, seus assessores tomando ciência nos seus respectivos cargos de primeiro, segundo e terceiro escalão, verdadeiro tripé de verdadeira consonância administrativa; tudo parecia fluir em direção ao sucesso absoluto.

Primeiros problemas, primeiras dificuldades, tudo era novo, muitos neófitos em suas funções, esses não conseguiam desenvolver a contento os seus trabalhos, para delimitar os trabalhos e desenvolvê-los de forma eficiente e eficazes o comandante começa a demonstrar sua inabilidade para com o trato com os seus comandados, para piorar a situação embrionária, o projeto anunciado aos quatro cantos do País pelo então candidato não passava de promessa de campanha, não havia nenhum contorno de real, tudo não passara de falácia, falseta propriamente dita.

Aqueles que foram convencidos a embarcarem naquela viagem fantasiosa, principalmente pelos argumentos ilusionistas do agora reconhecido como verdadeira boca de caçapa. Já era tarde, o descalabro começa aparecendo em cada atitude do Presidente Bolsonaro, aquela equipe de governo que parecia tão coesa passou a se fragmentar, uns foram demitidos, outros se demitiram. O grande baluarte da Democracia vai se transformando em verdadeiro ditador, sem poupar aliados, correligionários e até mesmo amigos por ele considerados.

O golpe mais forte e mortal vem com a presença da pandemia ocasionada pelo Coronavírus, com a demissão do Ministro da Saúde Henrique Mandetta, praticamente o desmanche de sua equipe de trabalho, piorando o que já estava ruim, o novo Ministro da Saúde, Nelson Teich, também larga o cargo em poucos dias de atividades, ambos, vítimas da arrogância do Presidente Bolsonaro, mesmo não entendo nada de saúde pública e medicina, se prestou ao desplante de querer impor pontos de vistas, indo de encontro ao que era preconizado pelos seus Ministros médicos e competentes.

No mesmo espaço de tempo se desentendo com seu Ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro. Na tentativa de querer impor posições contrárias ao Ministro e alheios a sua competência, mesmo como Presidente da República, Sérgio Moro, definitivamente sai do governo depois de muitas desavenças com o seu chefe imediato. Ele que largou uma carreira da magistratura, de 22 anos, para acompanhar Bolsonaro nesse projeto de governo acreditando que fosse algo real e factivo, procura recuperar o tempo perdido reorganizando seu mundo profissional.

Presidente Bolsonaro viola a Constituição diariamente, os motivos alegados pelo ex-ministro Sergio Moro, para largar o governo continua sendo uma prática constante, conforme declarações de juristas renomados no cenário brasileiro. Começando com o hábito de circular sem os instrumentos de proteção contra o Coronavírus, tipo máscara sobre o rosto, levando risco de contaminação ao público que lhe segue aos domingos nos jardins do Palácio do Planalto; fazer advocacia em defesa própria na PF do Rio de Janeiro, ele mesmo alegou que precisava de um diretor que tivesse mais acesso dentro da própria PF, favorável em armar a milícia, sistema pessoal de informantes, considerando, inclusive, mais eficiente que o sistema oficial.

Alegar que não se submete às decisões do STF é uma afronta, ele sabe que o respeito entre os Poderes constituídos é fundamental para a manutenção da ordem e da paz no Brasil. A falta de consideração com o Legislativo e com boa parcela da imprensa são fatores que eleva o grau de ansiedade jogando a população numa situação de incerteza das mais dramáticas. A falta de respeito com os mortos pelo Coronavírus vem detonando todo apreço que os brasileiros mantinham pelo Presidente Bolsonaro.

Depois de se julgar o Messias prometido e não passar de um político mal posicionado durante sua passagem pela Câmara dos Deputados, relegando o apoio de determinados grupos de congressistas, hoje é obrigado a fazer acordo político com o Centrão, coligação de políticos independentes e pertencentes aos Partidos políticos que sempre estiveram com os que estiveram na Situação, em troca de benefícios do Poder; Bolsonaro vende sua alma ao diabo, mesmo em nome de Deus, na tentativa de evitar sua queda e manutenção do seu cargo até o final do seu mandato.

Presidente Bolsonaro caminha para um desfecho muito triste, agora consegue brigar com seu Guru, o Sr. Olavo de Carvalho, talvez seja a gota d’agua que faltava para que o balde transborde. O mais feio é que a ruptura ocorrida entre os dois foi de uma deselegância muito grande, ainda não acompanhei a resposta dada pelo Bolsonaro ao Guru Olavo, porém, as palavras empregadas pelo conhecido filósofo, que mora fora do País, é de um linguajar chulo que envergonha qualquer sujeito na face da terra. Lamentamos que tudo possa vir acabar de maneira tão triste para nossa política. Aguardemos, pois.

Genival Torres Dantas

Poeta, escritor e Jornalista

genivaldantasrp@gmail.com.br



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