
O termo aggiornamento foi muito utilizado pelo Papa João XXlll, no Concílio Vaticano ll, em discurso que ele pronunciou no dia 25 de janeiro de 1959, na sua expressão máxima de convencimento dos fiéis na tentativa de avançar sua igreja, modernizá-la, tornando-a novamente progressista experiências em estágio de destempero na Igreja Católica depois da segunda grande guerra. Não sei por quais motivos, vendo via televisão a presença do Presidente Jair Bolsonaro se apresentando com alguns admiradores e fanáticos apoiadores, até mesmo extremistas, eu me lembrei dessa passagem papal e ficou remoendo dentro de mim.
Aparentemente nenhuma ligação de fatos ou épocas, bem distintas, apenas a lembrança que vai ser preciso que o nosso Presidente faça uma reengenharia comportamental para que ele se invente, renasça das cinzas assim como a fênix, depois do disparate apresentado por ele, quando pedira a não participação do povo no movimento de ontem, 15/03, e simplesmente vai ao encontro desse mesmo povo e calorosamente abraça e se confraterniza com a massa empolgada, contrariando o sentimento de zelo da população, aumentando o risco real do contágio do Coronavírus, ele mesmo que está sendo monitorado e acompanhado de perto por ter participado da caravana da viagem aos EUA e já foi constatada a presença de 11 participantes contaminados quando do retorno deles ao Brasil.
Essa situação só demonstra a incapacidade do Presidente Bolsonaro assumir definitivamente o papel de ESTADISTA, designado aos que ocupam o mais alto cargo de uma República. Muitos já se prestaram a tarefa de tentar lembrar ao Presidente a importância dele ter altivez, respeito e zelo, nesse momento, em que ele está Presidente, portanto não podendo ficar ausente nos momentos de maiores atropelos da Nação brasileira.
Há consenso nacional, inclusive suprapartidário, exceto os extremistas da Direita, assim como os extremistas da esquerda, portadores de demência crônica, essa falta de coerência republicana faz o Presidente Bolsonaro apequenar o cargo que ocupa, maculando a honrosa vida pública que ele ostenta e que faz parte da sua participação parlamentar, na Câmara dos Deputados. Lá ele fez seu nome, mesmo participando da ala do baixo clero, como se convenciona falar, soube zelar pela sua conduta sem se misturar com as coisas erradas que aconteceram naquela casa, sabendo se impor pela sua conduta moral e de honestidade.
Voltando ao tema em foco, o Coronavírus, esse é um assunto recorrente em todas as rodas de conversas, as rodas nesse caso vão ser desconstruídas até que esse assunto caia em desuso pela ablação desse vírus que virou pandemia, com alcance nos cinco Continentes, fazendo países fecharem suas fronteiras, cancelando projetos culturais, profissionais, religiosas, turísticos e até mesmo políticos, com a participação de expositores e plateia, na tentativa de diminuir o ritmo de disseminação do vírus entre a população, priorizando a de maior risco, nesse caso, os idosos são mais receptivos.
No nosso país já superamos o número de 234 pacientes confirmados com a contaminação do Coronavírus e o processo continua em fase de aceleração, portanto nada mais justo que contribuirmos com as autoridades e sairmos fora dessa encrenca que nos tensiona, desorienta, nos causa prejuízos, proporcionam desalentos e incertezas, levando ao desânimo social, com suspensão de aulas, eventos e até mesmo o trabalho quando fábricas e comercio são fechados por pura precaução e responsabilidade das autoridades competentes.
Meu próximo texto, 18/03, farei um levantamento das causas e efeitos, precauções e meios mais prováveis de ultrapassarmos essa fase difícil, mas de passagem obrigatória para todos nós que já passamos por coisas mais sérias sem perdermos o equilíbrio, a fé , a esperança e o desejo de viver mais, com todos os nossos obstáculos e perigos que a vida nos impõe. Aguarde.
Genival Torres Dantas
Poeta, escritor e Jornalista

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