General Fernando Azevedo e Silva cai ajoelhado ostentando o troféu dignidade (30/03/2021)
O Fato Sem Politicagem 30/03/2021
Dignidade vista em poucos homens nos últimos tempos, o General Fernando Azevedo fez o que poucos fariam, nos novos tempos de incompetência gerencial dentro do governo Bolsonaro. O pedido do presidente Bolsonaro ao então ministro da Defesa cai por terra à máscara da sanidade de Bolsonaro e sua intrépida obsessão em busca de sustentação política nem que lhe custa a cabeça de velhos amigos e qualquer valor moral.
O presidente, nocauteado pelos seus apoiadores e detratores do Poder, vira saco de pancada junto ao grupo denominado de Centrão e começa a relativizar a importância da sua equipe administrativa e mexe com os cargos mais próximos dele numa tentativa malfadada de tentar agradar a quem segura às colunas do seu governo dentro do Congresso Nacional.
General Fernando Azevedo vendo o governo Bolsonaro perder seu protagonismo político e administrativo, se convence que é chegado o momento de desembarcar do barco furado avançando em mar de tormentas sem nenhum equipamento de tecnologia avançada, além disso, orientado por um capitão desorientado pela sua própria incompetência e cuja bússola, a bordo, totalmente avariada.
A saída do ministro foi precedida de uma série de fatores que só vem ascender sua moral junto aos seus amigos e pares das casernas, tanto na horizontal como na vertical. O fato de ele manter as forças armadas longe da política, considerando-a um órgão de Estado e não de governo, certamente, foi fatal para sua derrocada junto ao Bolsonaro, ademais não concordando com a política falaciosa do governo no combate à pandemia, foi sem dúvida preponderante para o desfecho desse caso.
Na sequência do dia tivemos uma série de movimentos que culminaram com mexida no Ministério de Bolsonaro, dispensa de alguns ministros e remanejamento de outros em tentativa clara e objetiva de alinhar o pensamento ideológico dos novos ocupantes ao projeto político e pessoal do próprio Bolsonaro. Assim e de forma sequencial ele se lançou no seu objetivo, aleatoriamente:
No seu tabuleiro de xadrez, Bolsonaro troca o Ministro General Fernando Azevedo pelo General Luiz Eduardo Ramos, vindo da Casa Civil, mais um que se declara que obedece a determinações superiores, na esteira de um manda e o outro obedece. Nessa ordem é guindada a Casa Civil o General Luiz Eduardo Ramos, abrindo vaga na Secretaria de Governo para a Deputada Flávia Arruda, aposta política de Arthur Lira (Centrão).
As mudanças não pararam ali, o Advogado Geral da União foi trocado, saindo José Levi e sendo substituído por André Mendonça, antigo ocupante desse cargo e mais alinhado com o Bolsonarismo. Em seu lugar Bolsonaro foi buscar no governo de Brasília o delegado da Polícia Federal, que vinha ocupando a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres.
Para completar as mudanças ao gosto do Centrão, apoiador político no Congresso Nacional, Ernesto Araújo, Ministro das Relações Exteriores, sentindo seu mundo, infestado de ódio e ressentimentos, cair por terra junto aos congressistas e a opinião pública nacional e internacional, foi cirúrgico e se demite para júbilo da Nação, que se sentia incomodada com o ocupante do cargo. Para o seu lugar foi chamado o Diplomata Carlos Alberto Franco França, ex-cerimonialista da Presidência da República.
Essas colocações feitas são para observar a temeridade em que se encontra o governo Bolsonaro, com uma oposição alimentada pelo ódio que nutre o desejo da retomada do Poder Central, sustentado por uma base de apoio que cada vez mais sobe o custo desse projeto, de tal forma que desconstruiu toda a empáfia do presidente que se sentia superior a qualquer tradição política brasileira e hoje se mantém refém da corrente mais sórdida que existe no Congresso Nacional.
Não vejo nenhum plano do governo, político e ou administrativo, que possa lhe direcionar a um novo norte possibilitando-o em algum projeto gerencial, apenas restauros de planos elaborados de última hora e que tem mantido o sistema de forma tênue e excessivamente lânguida, sem nos apresentar nenhuma possibilidade de rearranjo em busca de uma nova identidade, para consolo ou esperança dos brasileiros já enfadados da desconstrução nacional. É uma pena, mas isso é fato, isso é real.
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