Fecham-se as cortinas depois de um espetáculo inacabado
O Fato Sem Politicagem 31/12/2021
Estou iniciando este texto, usando palavras usuais de um grande locutor esportista, já falecido, Fiori Gigliotti, para poder encerrar o sexto tomo da trilogia ”Brasil, apesar dos percalços, um País soberano”. Essa iniciativa não é casual, ela se prende a vários fatores determinantes para que a conjuminação de vertentes específicas ficasse explicitas.
Esse sexto tomo é o resumo dos últimos seis meses, compreendido entre julho e dezembro deste ano em curso, com aspectos políticos e econômicos, trazidos à luz solar, dentro da minha ótica como jornalista, como sempre digo e escrevo, o fato sem politicagem, apenas fazendo a narrativa sem a paixão usualmente vista pelos leitores mais assíduos.
O ano de 2021 é atípico e singular em muitos aspectos, ele é a continuação de uma crise sanitária iniciada no ano anterior e terrivelmente mal administrada pelas autoridades da nossa República, turbinada pela ausência de qualificação técnica do atual presidente da República, o Executivo, em decorrência desse fato se torna refém da sua incapacidade.
O resultado não podia ter sido pior para os brasileiros. Como a República brasileira é constituída por três Poderes independentes, o Legislativo, formado pela Câmara dos Deputados e Senado Federal, gerando o Congresso Nacional, reconhecido como um sistema Bicameral, formando com o Judiciário, o tripé de sustentação da administração pública.
Pelo fato do Executivo ter sido ocupado por um presidente totalmente alheio aos princípios da legitimidade administrativa por meio da eficiência e eficácia, se sentindo impotente no exercício do cargo, praticamente terceiriza suas ações ao Legislativo, que passa a ter ascendência sobre o Executivo, por via da submissão, exigindo para tanto, controle do orçamento.
Claro que nem todo o Legislativo faz parte desse acordo espúrio, existe uma leva de apropriadores ilegítimo, de forma escandalosa, tácita e explícita; essa forma degradante é denominada de Centrão, que é formado por uma ala de congressistas de vários partidos, bem delineados com a confraria, moldada na conduta nada republicana e voltada para o interesse pessoa.
Essa é uma vertente política que vem sendo operada desde o período da promulgação da nova Carta Constitucional, ela vem se adaptando aos vários tipos de governo que tivemos desde então, se constituindo no esteio de governabilidade para o frágil regime presidencialista que temos e paulatinamente sendo, oficiosamente, transformado em semipresidencialismo.
Quando o Executivo aprova qualquer projeto oriundo do Executivo e esse não seja de agrado do Judiciário, fatalmente ele ficará passivo de uma ação declarada de inconstitucional, e uma camisa de força, na medida certa, nem aperta e nem folgada, é moldada e por força da lei ajusta ao outrora poder maior da República, hoje menoscabado e ridicularizado.
O presidente Jair Bolsonaro é considerado pela maioria dos brasileiros como um presidente que em três anos apequenou não apenas sua legitimidade como presidente, mas o próprio cargo mudou de tamanho e Poder, portanto, o Executivo é, sem dúvida, algo bem menor do que era na mão da esquerda, denominada de Lulopetismo, também sofrível.
Não adianta ficarmos desejando o ano novo de esperanças se a realidade nos mostra, através dos números, que o nosso futuro político continuará duvidoso, os dois candidatos mais bem colocados nas pesquisas eleitorais para a próxima eleição, são exatamente os que mais contribuíram com a nossa situação de humilhação universal.
Caso não aparece um fato novo, com a presença de alguém com capacidade técnica e política e se viabilize, de fato e de direito, ao Executivo, estaremos fadados a remoer novo período de extrema inanição para o futuro próximo. A culpa será, simplesmente, nossa, pelas nossas escolhas e subserviência aos demagogos políticos do Brasil. Se puder tenha um ano novo de novas e renovadas atitudes.
Que os deuses nos evite do Bolsonarismo e do Lulopetismo, mais uma vez, que os seus líderes tenham a consciência das suas insignificâncias e oportunizem que outros brasileiros tenham a chance de mostrarem seus potencias humanos, sem o terrivelmente apego aos cargos, posições sociais, liberando os brasileiros para uma nova realidade e um país mais decente. Lula e Jair, nunca mais. Que assim seja.
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