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Foto do escritorGenival Dantas

Fantasmas desvendados, sonhos desfeitos, e o país pasmo! (Texto elaborado em 12/2014)



Se eu lesse em algum livro de história ou mesmo buscando dados em algum jornal arquivado, em alguma biblioteca pública, confesso, não ia acreditar no que está ocorrendo em nosso país nesse momento. Inacreditável é pouco, teria que vasculhar dados e veracidades para poder acreditar nos fatos historiados e narrados pelos meios de comunicação do nosso País.


É muito difícil imaginarmos tamanha coragem de um grupo que se dispões a saquear uma empresa da dimensão mundial da Petrobrás, sem achar que um dia qualquer, não fosse constatado os fatos, não só pela sua complexidade e segurança, principalmente pelos controles eletrônicos que existem hoje, sua contabilidade exposta ao público por força das Sociedades Anônimas, e pela soma gigantesca dos valores operados, por mais engenhoso que fosse o esquema montado para as operações empreendidas.


Quando a operação Lava Jato começou a denunciar o esquema de propina, tendo como operadores, Paulo Roberto Costa, diretor da Petrobrás entre 2004/2012, e o doleiro Alberto Youssef, citados como os principais mentores do plano catatônico, nunca visto em nosso país, me proponho até a dizer que se trata de uma situação posta em prática, com tamanha desenvoltura, frieza e crueldade para com uma nação democrática, que verdadeiramente nos causa espanto! Afinal, brasileiros pagos, bem pagos, para cuidar da coisa pública, de capital misto, mas sem nenhum escrúpulo ou senso de responsabilidade para com a coisa alheira, montam quadrilhas, associados a grandes empresários, com distúrbios de malversação, e políticos mafiosos despudorados, com tendência a marginalidade, vivendo costumeiramente da dilapidação do erário público.


A quantidade de empresa citadas pela Justiça e Policia Federal, é de causar perplexidade, não só pela quantidade, mas, pela qualidade delas, fazendo parte do grupo das maiores empresas da construção do nosso país, dando empregos a dezenas de milhares de brasileiros, com capital social que somados causa inveja ao PIB de muitos países, e fazem parte daquelas que estão na relação de contratados pelo governo federal há muito tempo.

Apenas para elucidar o pensamento, no final dos anos 1960, início dos anos1970, governava a Paraíba o governador, falecido (1914/1988), José Agripino de Vasconcelos Maia Filho (1966/1971). Em 1973, já residindo em São Paulo, leitor assíduo de Jornais, principalmente O Estado de São Paulo, li uma notícia que me chamou atenção, não me lembro de qual dos jornais da época, o ex-governador paraibano estava reassumindo uma vice-presidência financeira da Camargo Correia, à mesma construtora hoje citada na Operação Lava Jato, comecei a lembrar do grande salto que tivemos no Estado paraibano com a administração do governador João Agripino, quando o território paraibano teve suas estradas pavimentadas com asfalto, a concorrência para execução das obras foi ganha pela construtora em questão, repassando a outras empresas menores determinados trechos menores.


Se esse fato fosse ocorrido hoje, certamente o julgamento seria cruel para aquele que foi um grande administrador do nosso Estado, a ligação que faço do inesquecível político paraibano, um dos mais honrados homens públicos que já tivemos, é apenas para mostrar que o político e as empresas privadas, principalmente as que sempre operaram na construção civil, estiveram sempre envolvidos, pela aproximação que há na necessidade, dos Estados e Federação, de construções e seus construtores, entretanto, nem sempre a corrupção tinha lugar comum na mesa de negociação, existia muita seriedade entre negócios e negociadores. Infelizmente a gula financeira, a necessidade de lucros, principalmente lucros exorbitantes, e o desejo de crescer rapidamente, sem a paciência da maturação, do esperar que os resultados venham com o dedicado trabalho do dia a dia, o mal feito faz parte da rotina dos negócios que envolvem o poder público e o privado.


Não restam dúvidas, pelo volume de dinheiro a ser devolvido aos cofres públicos, comprometidos nas delações premiadas, superando a cifra de 500 mi de Reais, o anunciado de desvio na ordem de 23 bi de Reais, apenas na Operação Lava Jato, é de se supor valores estratosféricos considerando-se as obras em andamento no país, não podemos imaginar que apenas a Petrobrás foi saqueada, se for feito um levantamento primoroso e responsável, certamente, teremos surpresas mais desagradáveis ainda, para tanto, tem que haver interesse político, da situação como da oposição, aí sim, vou acreditar que não sobrará pedra sobre pedra. Esperamos que a CPMI do Congresso seja efetivamente prorrogada para que os dados sejam levantados e se aplique justiça aos praticantes dos seus respectivos crimes, doa a quem doer. Isso é um fato, lamentável!

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Genival Torres Dantas

Poeta e Escritor

genivaldantas.com.br

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