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Foto do escritorGenival Dantas

Esse não é o País que queremos, infelizmente é o que temos (23/11/2020)






O Fato Sem Politicagem 23/11/2020

A política tem das suas mirabolantes contradições, peripécias e congruências, tudo em nome da narrativa do Poder pelo Poder e com o Poder. Muita gente não se lembra de ou não quer lembrar, por conveniência, constrangimento, até mesmo por razões familiares e ou partidárias, todas elas são condicionantes ao pressuposto da equação momentânea.


Passado o primeiro impacto que foi as eleições do primeiro turno sobrou muitas histórias para serem equacionadas de apoios infundados, nova narrativa de perdedores e ganhadores, muitos que eram verdadeiros inimigos, porém não era bem assim, muita ilusão de ótica e enganos cometidos na hora do discurso e a interpretação, tudo vai depender do tamanho do cala a boca e as conveniências devidamente acomodadas.


Não vou me envolver com as adesões dos candidatos derrotados aos vitoriosos do primeiro turno, por conseguinte, com eleições imediatas no segundo turno, apenas dizer da minha decepção com determinados acertos regionais, em termos de alianças políticas e as siglas partidárias, numa demonstração inconteste da fragilidade que há no espírito estatutário administrado pela maioria dos políticos atuais.


O que tenho visto é um verdadeiro mercado de troca de novos e usados, nesse caso os mercadores, sempre pedem troco para se mantiver no mercado, comercialmente sem capital de giro, seu estoque de eleitores, filiados e simpatizantes, em clarividência do que verdadeiramente representamos aos olhos dos atuais e novos administradores do povo, nesse momento a municipalidade.


Não posso afirmar que a situação de preferência por alguns candidatos hoje será a mesma escolhida pelo eleitor no momento de assinalar o voto na urna, acredito até em algumas mudanças e surpresas não tão significativas, porém as reversões acontecem até na última hora, isso é normal desde que o Brasil se dignou ser um país Republicano Democrático.


Partindo do Estado de São Paulo e, analisando apenas quatro Capitais que estão no segundo turno, considerando que é aqui que a rivalidade sempre foi mais forte entre Esquerda e Direita com a polarização do PT (Partido dos Trabalhadores) e o PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira) em passado recente e momentaneamente o PT sendo substituído pelo PSOL (Partido Socialismo e Liberdade), o aspecto de disputa é o mesmo, os dois candidatos adversários, Bruno Covas/PSDB e Guilherme Boulos/PSOL, ostentam 47% e 35% respectivamente, na preferência popular.


No segundo maior colégio eleitoral brasileiro, o primeiro é São Paulo, o Rio de janeiro fez uma escolha para o segundo turno considerando dois candidatos experientes, o atual prefeito, Marcelo Crivella (Republicanos) e seu opositor, Eduardo Paes (DEM) que já administrou aquela cidade e têm 21% e 54% da preferência popular, caso a eleição fosse hoje o atual prefeito sofreria uma derrota humilhante. Não esquecendo que tanto as pesquisas para São Paulo e o Rio de Janeiro foram feitas pela Datafolha (Rio) Ibope, TV Globo, “O Estado de São Paulo” e datam 19 e 18/11, portanto há uma defasagem de tempo na pesquisa ora informada.


Uma situação atípica pela sua transformação em termos preferenciais acontece com a candidata Manuela D’Ávila (PC do B) depois de passar para o segundo turno seu eleitorado recuou e hoje perderia para seu adversário, Sebastião Melo (MDB), eles têm a preferência do eleitorado de 61,8% e 38,2%, respectivamente. Dessa forma, caso a eleição tivesse ocorrido dia 19/11 o candidato do MDB estava eleito, agora é esperar o resultado final, eleições só se definem na contagem do último voto.


Outro caso de inversão preferencial é o que ocorre em Recife, Marília Arraes (PT) tem 53% dos votos e João Campos (PSB) ficaria com 47% da preferência. No primeiro turno o João Campos tinha a preferência e se tivesse ocorrido à eleição em 18/11 a Marília Arraes teria vencido as eleições na Capital pernambucana. O detalhe nessa história é que se trata de uma briga política entre primos, os dois candidatos são netos do ex-governador de Pernambuco, Miguel Arraes. É importante frisar que a disputada, no campo da ideologia, é da esquerda contar ela mesma.


Essa demonstração de Poder pulverizado nos provoca pelo menos para fazer uma reflexão mais ponderada, o país não tem um único partido que justifique sua existência, não tem história, e quando tem não se sustenta, com políticos apontados como corruptos ou atrapalhados nas suas parcerias, verdadeiro despropérios reticentes. Depois das eleições terá que haver muito diálogo, renúncia, espírito público em evidência, traçar novos caminhos e objetivos, com metas bem estabelecidas, claras e transparentes, esse é o político que precisamos e não é o que temos.

Genival Dantas

Poeta, Escritor e Jornalista




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