
O Fato Sem Politicagem 07/10/2020
No texto anterior eu informava que o jantar com participação do ministro Paulo Guedes e o Presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) seria servido caviar regado ao vinho importado, errei redondamente, tinha me esquecido de um detalhe importante, o anfitrião, assim como Rodrigo Maia, tem sangue nordestino, portanto nada mais justo que ele fosse justo com sua origem e oferecesse algo mais próximo ao paladar nordestino e brasileiro, dessa forma, conforme convidados presentes o jantar estava simplesmente saboroso e farto, característica da cozinha de um bom nordestino.
Apenas lembrando que o jantar referenciado foi no prédio em que mora um dos ministros do (TCU) Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas, 42 anos, no posto de ministro desde 2014, por escolha do Senado Federal, sendo o mais jovem ministro, 36 anos, a tomar posse naquele Tribunal. Não achei estranha a escolha feita para esse encontro cordial, amistoso e campo neutro, apoiado por vários setores do Governo Federal e a conivência do Congresso, além do Rodrigo Maia, pela Câmara, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) se fez presente na companhia de outros senadores apoiadores e solidários à causa da pauta ali discutida.
É claro que todos nós queremos o melhor para o país, quando tudo se enrosca em situações esdrúxulas, com envolvimento de pessoas que são afeitas ao diálogo e ao bem comum, como é o caso específico do Executivo e o Legislativo. Em determinado momento as picuinhas tomam conta do cenário político com a participação de respeitáveis autoridades responsáveis por decisões de grande relevância para o bom andamento das políticas governamentais.
Não devia ter chegado aonde chegou, Paulo Guedes e Rodrigo Maia se insultando mutuamente, em demonstração clara de absoluta falta de bom senso de ambas as partes e total ausência de desconfiômetro deles. Ainda bem que houve a participação de uma força tarefa montada por voluntários políticos e da área econômica e o resultado do objetivo ficou direcionado na volta à normalidade, entre os dois antagônicos, com pedidos de desculpas pelos envolvidos e a sinalização para um caminho possível aos acertos para assuntos pendentes que afetam tanto o Congresso como a Pasta da Economia.
Algumas situações pendentes e relevantes foram discutidas e ficou claro que os problemas de entrave entre o Guedes e o Maia são inerentes, principalmente, à Renda Cidadã e os recursos que irão financiar esse projeto social, que não será temporário, mas de uma forma permanente.
Nesse caso o bom seria que fosse encontrada uma forma e fórmula que, efetivamente, tivesse um efeito permanente para auxílio aos mais carentes, ao mesmo tempo, com objetivo de direcionar o assistido para canais de treinamento profissional, reintegrando esse elemento ao mercado de trabalho novamente, para que ele não permanecesse no projeto em caráter definitivo, dessa forma, oferecendo oportunidade para novas pessoas que tenham necessidades de acolhimento pelo projeto e assim sucessivamente.
Com a integração de todos os participantes com levantamento de ideias paradas no Congresso, sendo citado nominalmente pelo senador Renam Calheiros (MDB-AL) e a compactuado pela senadora Kátia Abreu (PP-TO), o corte de isenções fiscais, de forma geral e irrestrita, com retorno a essa lógica depois de um período de seis meses e para os casos específicos de merecido ajuste. Esse tema torna-se relevante pela escassez de recursos que o os governos têm, nas três esferas.
Mais ainda, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do pacto federativo em conjunto com o respeito pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), sem furo de teto, são temas sine qua non, sem os quais a governabilidade perde o sentido e o governo a credibilidade que ainda existe. Esperamos que os ajustes apresentados pelos participantes nessa reunião informal sejam, definitivamente, formalizados e dados à devida atenção por quem de fato e de direito, com os respectivos resultados práticos sendo conduzidos até as soluções esperadas.
Genival Dantas
Poeta, Escritor e Jornalista

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