Há uma prática moxinifada com os valores usados no momento político nacional. A destemperança nas palavras, procedimentos e comportamentos das autoridades da nossa República tem levado a nau da administração pública ao linear do descalabro democrático, e o acirramento dos ânimos e provocação de ódio e distonia física.
Tudo começa com a CPI das Fake News, no Congresso Nacional, um cidadão conhecido como Hans River, então funcionário de uma empresa, Yacows, operadora no ramo da internet, em depoimento naquela casa Legislativa, alegou que uma jornalista do Jornal Folha de São Paulo, Patrícia Campos Mello, teria oferecido serviços sexuais ao depoente para obtenção de informações que ele detinha e que seria precioso para andamento da sua pesquisa jornalística de cunho político.
As informações seria de suposto uso irregular no WhatsApp, para disparos em massa durante campanha do então candidato Bolsonaro à presidência da República, ano de 2018. Ainda, ilustrou que o PT tinha responsabilidade direta nesse caso, o mesmo PT que convocara para prestar declarações naquela casa.
A confusão do depoente gerou uma verdadeira confusão generalizada entre os congressistas dando apoio e os contrários a narrativa ali apresentada. Para piorar a situação e na sequencia dos depoimentos e ilações surgem comentários e elações do nosso presidente da República fazendo referencia ao assunto da CPI referenciada e a Jornalista citada.
Nada mais inoportunas foram as colocações do presidente Bolsonaro, não apenas pela ausência da acusada como as palavras usadas para denegrir, menoscabar, envilecer e vilipendiar a moral, a honra, não só da profissional de Imprensa como a mulher, filha, mãe, esposa ou namorada de qualquer cidadão, mais ainda, independente dela ter cometido ou não alguma falha no exercício da sua atividade, ela, ou mesmo que fosse, ele, teria direito ao contraditório e não podia ter sido diminuída, ou diminuído na sua honra e seu caráter como ser humano.
Não satisfeito com o chinfrim apresentado, em praça pública, no auge da sua intolerância Bolsonaro atacou em outra oportunidade o governador da Bahia, Rui Costa (PT), além da PM (polícia militar) daquele Estado, antecipando julgamento, em forma de insinuações, como se a morte do ex-capitão miliciano, do Rio de Janeiro, Adriano Magalhães da Nóbrega, assassinado no Bahia, dia 9 último, cujo crime foi imputado a PM de lá e que tem sido associado ao convívio do filho do presidente, Senador Flávio Bolsonaro.
As razões pelas quais o capitão Adriano foi executado, se ele é ou não miliciano, trata-se de uma questão de polícia e justiça, não temos nada com essa história tão deprimente. O fato é que nos dois casos específicos há uma exacerbação na postura do presidente, são assuntos que os departamentos competentes terão que procurar seus respectivos responsáveis e cobrar deles o preço da conta que normalmente é apresentada aos que devem para a justiça.
O envolvimento do presidente da República só prejudica a imagem do Bolsonaro junto à opinião pública e sua vida política. Em decorrência desses fatos lamentáveis, ocorridos por responsabilidade direta do presidente, há um verdadeiro alarido por parte de congressistas e autoridades que defendem a honra das mulheres profissionais da mídia escrita ou não, grande parte dos Jornais e TVs se insurgem contra Bolsonaro.
Mais ainda, um grupo de governadores assinou carta que buscam equilíbrio, sensatez e diálogo, condenando as últimas atitudes do presidente da República, que tem tratado as autoridades, em todos os níveis e graus, inclusive seus auxiliares diretos, sem o menor respeito e desprezo total, esse fato denigre e ofusca o próprio cargo que Bolsonaro ocupa, outrora ocupada por tantos presidentes que ocuparam essa função com respeito e honra.
Buscando uma conciliação em um gesto de grandeza, os governadores formularam convite para que o presidente esteja presente ao Fórum Nacional de Governadores dia 14/04, próximo.
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