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Foto do escritorGenival Dantas

Em muitas situações o excesso vira veneno (02/10/2021)

Atualizado: 4 de out. de 2021




O Fato Sem Politicagem 02/10/2021


Peço licença aos meus caros leitores para poder falar um pouco sobre a minha pessoa, não gosto, absolutamente, fazer menções a meu respeito, porém hoje me sinto levado a sair do meu habitual e fazer referências aos fatos que ultimamente andam tomando boa parte do meu tempo. Quem me conhece sabe que não sou mais nenhum jovem na flor da idade, estou chegando aos setenta anos e como um homem que vem de uma infância de muita luta e uma juventude praticamente perdida.


Essas duas fases da vida são fundamentais para a formação física e moral do ser humano, mas em decorrência de muitos fatores, dentre eles o financeiro, somos privados de uma série de oportunidades, como uma alimentação mais substanciosa e um aprendizado mais condizente com as respectivas faixas etárias, mesmo assim, por fatores que predominaram a minha vida inclusive pelo desejo de ser um vitorioso me lancei no mundo sem medos ou receios.


Fiz dos meus desafios um sonho a ser alcançado no futuro e para lá segui, de forma absolutamente tenaz, fui largando coisas básicas para quem queria ter uma vida normal, sem, entretanto, fugir dos valores básicos para manter o equilíbrio pelo menos emocional e neurológico. Dei saltos importantes durante minha trajetória, fiz amigos, construí inimizades, a vida é composta de vitória e derrotas, cheguei ao futuro com sequelas, somas e dividendos considerados normais para os batalhadores.


Não foi fácil, na proporção que eu ia superando barreiras com obstáculos, muitas vezes insuperável para muitos, fui explorando minha capacidade física e mental, talvez além do meu limite, assim sendo os desgastes foram se acumulando, quanto mais eu crescia profissionalmente, mais eu sentia a necessidade de me cuidar, procurando auxilio naquilo que eu conhecia desde pequeno, com minhas atividades junto ao ramo farmacêutico e químico.


Para subsistir como profissional tive que procurar guarida na medicina, aos poucos fui cedendo ao desejo de não retroceder nos meus objetivos, afinal eu tinha um ponto a ser alcançado, de certa forma meu intento foi alcançado na sua plenitude, entretanto nem tudo decorreu da forma imaginada, esses desvios de rota, ou acidente de percurso, contribuíram radicalmente para a minha saúde que aos poucos iam se fragilizando, mesmo assim continue inabalável no meu propósito inicial.


Quando me percebi já estava com quase sessenta anos, com uma carga medicamentosa superior ao que o organismo podia absorver razoavelmente, tinha chegado ao número surreal de 20 comprimidos/dia, ou 600/mês. Uma quantidade inapelavelmente impraticável para um ser humano não ir criando dependências e ou até mesmo comorbidades, quando acordei estava sendo prescrita uma introdução de um medicamento conhecido como insulina, produto que gera dependência.


Parei, pensei, tomei uma atitude tardiamente, antes tarde do que nunca, peitei médicos e meus familiares mais próximos, no meu caso, esposa, filhos e genro, foi feito uma aliança entre nós, principalmente para minha pessoa, a partir do dia de ontem eu estava entrando numa nova fase na minha vida, ia me submeter a qualquer tratamento desde que não fosse introduzida nova droga em meu corpo, mais ainda, com a combinação de retirada de 50% dos fármacos.


Não podia ser diferente, esse pacto implica numa renuncia de muitas atividades que eu sempre tive para poder entrar em processo de educação alimentar, com a prática de novas baterias de exercícios, reeducação alimentar e metas preestabelecidas e muita dose de persistência, resiliência e espírito de renuncia aguçado, confesso que gosto da prática de certos pecados, porém, gosto muito mais da minha vida e de preferência saudável.


Fiz este desabafo muito mais para orientar muitas pessoas que tiveram uma vida desregrada, por várias razões e que podem mudar esse comportamento, em nome dos familiares e da própria pessoa, na tentativa de ampliar um pouco mais de tempo em companhia dos nossos descendentes, daqui a pouco faremos uma viagem sem volta e eles ficarão, e que fiquem com a melhor imagem possível de nós, é o mínimo que precisamos fazer por nós mesmos, sem sermos egoístas.


Não pensem que é uma atitude fácil de ser tomada, mas é chegada a hora de nos posicionarmos ante a vida, não deixarmos abater pelos percalços, sobreviver às intempéries, renascer das cinzas assim como a Fênix e sua lenda milenar, entretanto, quando partirmos que seja pela luminosidade das luzes e nunca pelas sombras das arvores frondosas. Na partida o que fica é o exemplo que fomos e que deixemos pelo menos motivos para sermos lembrados, positivamente, por algum tempo.


Genival Dantas

Poeta, Escritor e Jornalista









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