Novo governo velhas práticas 27/02/2023
No início do século XX um nome reconhecido nacionalmente, pela sua carreira jurídica e política, tendo sido o primeiro ministro da Fazenda da República brasileira, Rui Barbosa, o baiano considerado de uma cultura extraordinária e de relevantes serviços prestados ao País, sempre dignificava nossa terra quando a ele era designado uma tarefa para exposição internacional, ele foi nossa Águia de Haia, cognome dado pelo Barão do Rio Branco, outro extraordinário brasileiro.
Não obstante sua carreira brilhante, em defesa dos mais humildes, teve seu trabalho denegrido por muita gente em sua época, como todo ser humano teve suas falhas e pecados, enquanto ministro da Fazenda ele é acusado de ter mandado queimar os arquivos da escravidão brasileira, para que os senhores proprietários de escravos não viessem cobrar ressarcimento pelos prejuízos ocorridos com a Lei Áurea de 13 de maio de1988, número 3353.
Rui Barbosa teve cinco mandatos de senador, portanto 40 anos de combate da tribuna do Senado; em 1909/1910 sai candidato ao cargo máximo de presidente da República, contra Hermes da Fonseca, levando uma lavada histórica, mesmo com sua campanha civilista, apoio inclusive da Imprensa, leia-se Júlio Mesquita e seu Jornal o Estado de São Paulo, além de uma plêiade de intelectuais da época, mesmo assim a derrota foi fatal.
O nosso ilustre intelectual voltou a se candidatar novamente ao cargo de presidente da República, 10 anos depois, agora contra o Epitácio pessoa, paraibano e atuando no exterior, foi eleito contra o Rui com mais de 60% dos votos e sem ter participado da campanha eleitoral, vindo ao Brasil apenas para iniciar seu governo, outra grande decepção do nosso ídolo que não esperava tamanho desprestígio por parte do eleitor brasileiro.
Nessa esteira tivemos no final dos anos 1990, a participação na nossa política, de um polímata, assim como foi o Rui Barbosa, tendo concorrido em três eleições para presidente da República, Enéas Ferreira Carneiro, muito embora reconhecidamente um intelectual de várias vertentes, assim como o Rio, não tinha o carisma do político vencedor, também foi preterido pelos seus adversários, em uma certeza que fizemos o pior nesses dois casos.
Agora em 2023 estamos completando 1 século da morte do Rui Barbosa, infelizmente não sabemos analisar se a ausência dessas pessoas fizera falta ao nosso povo, pois não tivemos nenhum mandato deles para fazermos uma avaliação real, entretanto, constatamos que temos uma capacidade eleitoral comparado ao discernimento da ameba, estamos sempre votando nos populistas de plantão e com sérios problemas de distúrbios comportamentais.
Nos últimos 38 anos temos uma fartura enorme de políticos com ausência de interesse de lutar pelo Brasil, poucos são os que verdadeiramente honram os cargos que estão revestidos, uma verdadeira falta de caráter naqueles que deviam trabalhar pela sociedade, para isso eles ganham e muito bem, porém a vaidade pessoal, o individualismo e o desejo de tirar proveito da situação enquanto políticos são, remetem esses senhores ao mundo da corrupção contagiosa. Isso é um fato triste e lamentável.
Genival Dantas