


O fato sem politicagem 31/10/2022
Fica muito fácil depois do ocorrido imputar o insucesso aos outros, procurar culpados pelos mal feitos ocorridos, devemos ter a dignidade de assumirmos nossas falhas, erros e falta de previsibilidade, potencial administrativo e político. Fazer uma avaliação do que realmente faltou para se chegar ao pódio vitorioso, houve tempo suficiente, uma estrada que podia ter sido em linha reta, sem desvios ou contornos e uma plateia carente de palavras e ações.
Decorridos quase 4 anos, muitas idas e vindas, atitudes que não levavam a lugar algum, pontos de vistas inconsistentes, avaliações mal feitas, escolhas de material humano sem o devido critério, turnover muito alto principalmente nos auxiliares mais próximos, em demonstração cabal da absoluta ausência de avaliação prévia, basicamente nos setores de maior expressão dentro de qualquer governo ou empresa, isso leva ao descrédito junto à opinião pública.
Todos esses desequilíbrios sempre trarão uma cobrança futura, pois os adversários podem até não implicar no momento, entretanto os erros sempre serão apontados no momento certo. Claro que os apoiadores não vão ficar comentando o tempo todo por todo tempo, entretanto, é de ofício os responsáveis diretos pelas áreas prejudicadas apontarem suas necessidades e carências, até mesmo para não deixar que o responsável direto fique errando sem as devidas correções.
Finalmente, o segundo turno aconteceu, doze governadores eleito e o presidente da República, finalmente conhecido. A diferencia foi mínima, considerando o montante de votos, não podia ser diferente, numa eleição disputada por um presidente em exercício e outro candidato já tendo exercido dois mandatos e contribuído com quase dois. Esse não foi um fato corriqueiro, principalmente por considerar que se tratava de dois populistas inveterados.
A última semana foi definitiva para o candidato situacionista, Jair Bolsonaro, em se tratando de fatos negativos, contribuindo de certa forma com o resultado final das eleições. Os comentários do ministro da economia, Paulo Guedes, foram de uma infelicidade sem precedentes; o comportamento do Roberto Jeferson, recebendo a PF com toda aquela carga de munições foi de fazer nordestino chorar em alemão.
A situação não parou por aí, a caso levantado pelo Fabio Faria, ministro das comunicações, tentando anular o que tinha dito e acusado foi simplesmente lamentável, ademais, mesmo não tendo culpa direta, entretanto as imagens da deputada, Carla Zambelli, ardente defensora do Bolsonaro, fizeram daquela semana um verdadeiro terror para o presidente Bolsonaro e algodão doce para o Lulopetismo se deliciar, com repercussão direta na conta do eleitorado.
Não adiantar chorar pelo leite derramado, a situação hoje pertence ao passado, não vai adiantar o presidente Bolsonaro, após 16 horas do encerramento e publicação dos resultados das urnas, ficar emburrado, dentro do palácio, ficando por conta do chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, ficar se comunicando com o vencedor das urnas, presidente Luiz Inácio Lula da Silva, esse é papel de menino pequeno e não de chefe de Estado de uma Democracia Republicana.
Claro que não estamos satisfeitos com o resultado, mas tem hora que temos que engolir o choro, mormente quando sabemos que a nossa incompetência foi maior que a competência do adversário. Nessa eleição ficou claro para todos nós que o eleitor faz suas escolhas, mesmo dentro daquelas situações ridículas, como apostar no menos ruim, para não votar na incompetência do Bolsonaro, ele, o eleitor, votou até mesmo no Lula, única alternativa.
Não estou questionando se houve problemas de confiabilidade ou não nas urnas, tão mal falada durante todo o processo eleitoral, se houve desvio de finalidade no seu aplicativo, a verdade é que a Direita brasileira deu aos esquerdistas, misturados com os comunistas de plantão, uma chance única de voltarem ao Poder, essa chance bem administrada fará deles verdadeiros perpétuos no comando do Brasil. Isso é um fato, lamentável.

Genival Dantas
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