

O Fato Sem Politicagem 17/06/2021
O Brasil de todos os tempos, precisamente dos últimos 80 anos, verificou-se muitas mudanças na nossa sociedade civil e política, assim como muitas transformações ocorreram no planeta terra. Muitas das quais surgidas em decorrência da índole do ser humano fazendo efervescer o espírito conquistador notadamente nos países mais evoluídos culturalmente, contando com o protagonismo da disputa pelas potências mundiais e suas viagens espaciais, como tônica maior.
Aqui no Brasil tivemos uma fase áurea entre os anos 1940/1960. Foi nessa fase que mudamos de atitudes e conceitos junto à comunidade internacional. Com o advento do cinema em período anterior e aqui desenvolvido com as chanchadas produzidas com todo jeito brasileiro e o verdadeiro espírito carnavalesco que convive dentro de nos para nossa glória e regozijo, não fora essa particularidade, certamente, seríamos um povo muito triste.
Falando em chanchada que teve seu despertar no Brasil, em setembro de 194, permanecendo com produção efetiva até os anos 1960; deixando um rasto de cultura popular, entranhada na nossa memória afetiva e de entretenimento primário, com astúcia de mestres da música brasileira e do nosso lado cômico, inseridos sempre no contexto elementar da diversão pura e romanesca, verdadeiros de finais com muito barulho, samba e historicidades extremamente familiares.
Foi uma fase de muito sucesso, eu diria até o mais rico período na criatividade populista, com o descobrimento de grandes autores, atores e atrizes, que desfilavam nas passarelas dos teatros e nas telas dos cinemas nacionais. Destaque maior par a Companhia Cinematográfica Atlântica, não se esquecendo da Vera Cruz. Passando pelos astros das belas interpretações como: Eliana, Anselmo Duarte, Cyll Farney, Zé Trindade, Zezé Macedo, Oscarito, Ankito e Grande Otelo.
Quantas figuras extraordinárias preencheram nossas tarde de domingos, nos Cines Lux da vida! Hoje são salas obsoletas, muitas delas transformadas em auditórios patrocinadas por diversas igrejas pregando outros ensinamentos. Foi nessa fase que apareceu para o mundo o grande presidente do Brasil, Juscelino Kubitschek, com seu entusiasmo empreendedor e honesto, superado apenas pelo mais competente de todos nossos administradores, Dom Pedro ll.
O tempo passou e simplesmente fomos entrando numa áurea de marasmo, decadência humana, delimitada pela incoerência de grande parcela dos políticos brasileiros que resolveram transformar a política numa profissão rentável, mesmo que para alcançar o sucesso almejado tivessem que venda até mesmo a alma para o diabo, com práticas desconformes, desonestas, desumanas, mas que lhe dessem retorno financeiro e prestígio garantido em suas bases eleitorais.
Dando um pulo de vergonhosa decomposição moral, os últimos 30 anos, na política brasileira, o saldo que temos em nosso livro caixa é simplesmente aviltante. Tivemos saques ao erário púbico, desvios de dinheiro de empresas estatais, vinculadas aos governos, principalmente no período do petismo e sua administração cambalacheira, quando todas as práticas desonestas foram operadas por parte dos seus seguidores.
Chegando ao nosso momento de sensação absinta, nos imposta pelo governo atual, mesmo tendo surgido e ascendido ao Poder Executivo com a narrativa de combater a corrupção sistêmica, dentro do governo federal, eliminando a política do “É dando que se recebe”, depois de muitos percalços tem cometido atrocidades na administração pública que até Judas duvida da sua inoperância, sem contar as alianças pernósticas para sobrevivência política de total languidez.
Triste sina a nossa, depois de um governo com verdadeira paixão pelo dinheiro alheio e suas peripécias, somos presenteados com uma nova forma de governar, com a prática incomensurável da mentira e da desfaçatez, sem a mínima polidez moral, com verdadeiro instinto destruidor, inimigo público número 1 de tudo aquilo que é científico, lógico e verdadeiro, amante das crendices populares e suas consequências maléficas.
O que mais impressiona é a chance que temos de continuarmos nessa peleja, com o prolongamento desse governo atual, Bolsonarismo, ou o retorno do anterior, digo Lulopetismo. Esse fato implica em sabermos que uma terceira opção ainda fica distante do sonho dos brasileiros equilibrados. As opções que se colocam à disputa da próxima eleição (2022) são simplesmente decepcionantes, é a repetição dos mesmos procurando o de sempre, ou seja, pretendentes já testados e reprovados.
Genival Dantas
Poeta, Escritor e Jornalista

Comments