O Fato Sem Politicagem 27/01/2021
As tragédias se sucedem, anunciadas ou não, são sempre tragédias que a humanidade guarda com o mesmo pesar e o sentimento de impotência. Em 25 último fomos lembrados do acidente de Brumadinho com 259 vítimas fatais e o silêncio das autoridades nos comove não pela sua atuação, mas pelo descaso que o assunto vem sendo tratado. Hoje, lembramos mais um desenlace de uma história triste quando foram ceifadas 242 vidas, em plena fase produtiva e brilhante, boate Kiss, em Santa Maria, Rio Grande do Sul, e lá se foram 28 anos de desesperanças.
Inicio dos anos 2020 parecia início da segunda década de um novo século, longe do tumulto de outras Eras, a busca incessante por novos pragmatismos, tentativas de tornar o planeta terra mais humanizado, tentando a simetria e interação entre o homem e a natureza, convivência difícil pela participação de vários humanos que insistem em se sentirem superiores até mesmo aos segredos e poderes naturais pertencentes ao planeta terra, a terra que nos acolhe e nos alimenta.
Incrédulos, os homens são tocados por uma onda de calafrios vinda de informações científicas e pontuais, de certo novo Coronavírus, ele é tratado como novo, pois ele já esteve entre nós, simples presença em determinada região do Oriente, precisamente entre os chineses, aos poucos ele se disseminou lenta e gradualmente, em direção a outras terras, depois Continentes, finalmente ele se espraiou por sobre o nosso Planeta.
Para atravessar nosso país foi apenas uma questão de pouco tempo, não nos fizemos de arrogantes, quando o mundo ainda se preparava para o combate ao inimigo letal já nos posicionamos como vice-campeões em contaminados e mortes, seguimos na mesma posição, sempre seguindo os americanos para não perdermos o vício e a pecha de fanáticos aleatórios.
Avessos aos conceitos científicos, buscando sempre o mais fácil para viver mais no ócio, orientados que fomos pela administração pública inconsistente e despropositados, seguimos a teoria que, no brasileiro nada pega, somos superiores, e tudo não passava de uma gripezinha, coisa de marica, afeminados, coisa que o valha. Conceitos propagados por um líder, presidente da República sem o menor trejeito ou perfil voltado ao cargo, possuidor de uma cultura rasa e inexpressiva, praticamente dividiu o país nos crédulos aos fundamentos médicos e científicos e nos negacionistas, seus bajuladores, seguidores de maus costumes.
A saga crepuscular dos desavisados ajudaram a fazer do nosso país verdadeiro inferno terrestre. Por conta da teimosia da empáfia, nos transformamos em patrocinadores de 8.936.590 contaminados, testados positivos, 7.798.655 recuperados, e 218.918 vítimas fatais; com média diária de 1058 mortos, nos últimos sete dias.
Esses números referenciados não nos deixa nada satisfeitos, depois da pandemia sanitária o Brasil tomou consciência da ineficiente administração pública implantada no Governo Federal, quando o próprio presidente da República não tem menor noção do que seja um livro caixa, dentro de uma contabilidade, crédito e débito para ele deve ser coisa de comunista, um belicoso em potencial, de uma falta de diplomacia política inigualável, não é à toa que seu apelido, enquanto militar era cavalo.
Por uma série de incorreções, no exercício do cargo de presidente da República, Jair Bolsonaro, tem em seu desfavor mais de 60 pedidos de impeachments, para se colocar fora do alcance dessa medida extrema, por parte da Câmara Federal, por onde começa o processo, ele tenta, de todas as formas, colocar na cadeira da presidência daquela Casa um aliado político, para tanto teve que se aliar ao que há de mais nefasto dentro do Congresso Nacional.
Somos um país coberto pelo luto das nossas perdas humanas, com a pandemia recrudescendo e acelerando o processo de vítimas, em algumas regiões ficando cada vez mais difícil de controle, contamos apenas com a chance da vacinação e o fornecimento de insumos importados. O que é mais gritante, a produção mundial é feita, em mais de 90%, na China, nesse caso não adiante dinheiro, temos que nos colocar numa escala de prioridades determinada pelo próprio fornecedor.
O que temos a fazer é nos colocar à disposição dos médicos e cientistas, seguindo suas orientações técnicas, nos mantendo ausentes de qualquer aglomeração, nos cuidando profilaticamente e torcer para que os imunizantes cheguem à quantidade e a tempo, até chegar nossa vez de sermos imunizados, até lá boa sorte para todos nós.
Genival Dantas
Poeta, Escritor e Jornalista
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