Velhos vícios, trapos remendados 15/11//2024
O caso do suicida Francisco Wanderley Luiz, situação ocorrida à Praça dos Três Poderes, tem tomado rumos que causa perplexidade aos menos avisados e tangencia o mefistofélico se considerarmos que querem juntar em um mesmo inquérito onde consta o Gabinete do Ódio, o 8 de janeiro e outas situações tratadas como Golpe de Estado, além de arquivarem o projeto de anistia no Congresso.
Isso parece mais um samba quadrado, o pior é que o assunto é tratado pela nata do nosso judiciário, ministros tidos de alta relevância, juízes reconhecidamente meritórios, mas nesse caso específico estão tentando misturar os canais ficando para os mais humildes, citados no inquérito, do fim do mundo, o pagamento de uma pena por crimes sem individualização, apenas por aproximação da ocorrência.
Vendo e ouvindo os comentários e discurso de ministros do STF é de não acreditar nas palavras daqueles que deviam se manifestar nos Autos, as palavras são ditas de maneira tal que praticamente anunciam previamente o voto do ministro, caso ele seja convocado para sentenciar, não sou do ramo, porém entendo como um crime de origem, como o é o inquérito ora referendado.
É evidente que nessa peleja não há samaritanos, nem mesmo piedosas, entretanto, juntar tudo em um mesmo vagão e deixar descer a serra sem o mínimo de freio é determinar a morte por antecedência, o mais curioso é que já há partido político pedindo arquivamento de projeto em tramitação no Congresso, como se ele fora o dono da verdade absoluta; quando, onde e como vamos parar com a perfídia.
Entendo que todo crime deve ser condenado, porém antes tem que haver toda uma preparação ambientada dentro da legalidade, e suas penas, se houver, têm que ser bem definidas e dentro da Constituição, pontual, individual e direito de defesa, nada de absolutismo, determinismo, por conjecturas ou ideologismo. Somos todos iguais perante a Lei, o Ser humano é bem maior do que veio depois dele. Respeito é bom.
Genival Dantas
Poeta, Escritor e Jornalista
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