Velhos vícios, trapos remendados 21/08/2024
É obvio e ululante que essa negociata empreendida pelos três Poderes, representados pelos onze ministros do STF, os presidentes das duas Casas Legislativas e dois ministros do Executivo, teve o objetivo de tentarem apaziguar os ânimos que se encontram em frangalhos, por incompetência deles próprios de se manterem harmônicos e separados em nome da Constituição.
O fato do plenário do STF ter referendado a posição do seu membro, ministro Flavio Dino, em suspender o pagamento das emendas parlamentares impositivas até que a sua execução siga critérios técnicos de publicidade e rastreamento, foi a gota d’água que faltava para o Congresso voltar a manter o status quo em objeto de concertação observado apenas entre o Executivo e Legislativo.
Como não se trata apenas de um instrumento legal há uma parcela preponderante de ações políticas e a política também passou a ser uma peça de manipulação, também pelo judiciário, é de se imaginar que estamos cercados de corvos por todos os lados, todos aptos ao bom combate em defesa dos seus territórios, se preciso for arrancando os olhos dos debatedores, sem dó e sem pena.
É preciso que se façam controles de todo dinheiro que entra e sai do nosso erário, não há dinheiro do Estado, há, sim, dinheiro arrecadado pelos controladores do Estado dos pagadores de impostos para o efetivo custeio em benefício da coletividade e os próprios custos administrativos da administração pública, dentre eles os Poderes e seus apêndices.
Infelizmente, por mais que se acredite no ser humano, por seus princípios, ele tem que ser controlado, não dando facilidades para que sua índole mais maléfica possa surgir e que se abram ralos no seu entorno, deixando escapar por entre os esgotos humanos parte do capital que deveria ser direcionado às necessidades dos mais necessitados e que fazem jus ao resultado do empenho de todos.
Genival Dantas
Poeta, Escritor e Jornalista
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