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Chegará um dia em que nossas recordações serão nossa única riqueza (Paul Geraldy – 1885/1983)

Foto do escritor: Genival DantasGenival Dantas





O fato sem politicagem 29/05/2022



Confesso, tentei fazer o encerramento do mês de maio com os últimos fatos, mas eles estão demasiadamente perversos, em todos os sentidos; tomarei a liberdade de reproduzir um poema do meu ídolo (Casimiro José Marques de Abreu – 1839/1860) que atenuasse meu coração enquanto aguardo o dia 31 para, definitivamente, fazer uma avaliação incisiva, porém modesta, como ponderadas eram as sábias palavras do ilustre poeta, que viveu apenas 21 anos de idade:


Meus oito anos

Oh! que saudade que tenho

Da aurora da minha vida,

Da minha infância querida,

Que os anos não trazem mais!

Que amor, que sonhos, que flores,

Naquelas tardes fagueiras

À sombra das bananeiras

Debaixo dos laranjais!


Como são belos os dias

Do despontar da existência!

- Respira alma inocência

Como perfumes a flor;

O mar – ­é lago sereno,

O céu – um manto azulado,

O mundo – um sonho dourado.

A vida – um hino d’amor!


Que auroras, que sol, que vida,

Que noites de melodia,

Naquela doce alegria,

Naquele ingênuo folgar!

O céu bordado de estrelas,

A terra de aroma cheia,

As ondas beijando a areia

E a lua beijando o mar!


Oh! dias da minha infância!

Oh! meu céu de primavera!

Que doce vida não era

Nessa risonha manhã!


Em vez das mágoas de agora

Eu tinha nessas delícias

De minha mãe as carícias!

E beijos de minha irmã!


Livre filho das montanhas,

Eu ia bem satisfeito,

Da camisa aberto o peito

- Pés descalços, braços nus,

Correndo pelas campinas

À roda das cachoeiras,

Atrás das asas ligeiras

Das borboletas azuis!


Naqueles tempos ditosos

Ia colher as pitangas,

Trepava a tirar as mangas,

Brincava à beira do mar;

Rezava às ave-marias,

Achava o céu sempre lindo,

Adormecia sorrindo

E despertava a cantar!


Oh! que saudades que tenho

Da aurora da minha vida,

Da minha infância querida

Que os anos não trazem mais!

- Que amor que sonhos, que flores,

Naquelas tardes fagueiras

À sombra das bananeiras,

Debaixo dos laranjais!


Casimiro de Abreu


Estava precisando aliviar as tensões da semana que passou, foi, realmente, dias angustiante, tanto com as águas pluviométricas, no meu Nordeste querido, maior prejuízo para Pernambuco e Alagoas, em decorrência do volume de águas das chuvas nos últimos dias, ainda a insegurança apresentada para a população do Rio de Janeiro e Sérgio, atuações desconformes de agentes da Polícia e resultados negativos para a sociedade como um todo. Aguarde nossos comentários.

















Genival Dantas

Poeta, Escritor e Jornalista









 
 
 

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