


O fato sem politicagem 29/05/2022
Confesso, tentei fazer o encerramento do mês de maio com os últimos fatos, mas eles estão demasiadamente perversos, em todos os sentidos; tomarei a liberdade de reproduzir um poema do meu ídolo (Casimiro José Marques de Abreu – 1839/1860) que atenuasse meu coração enquanto aguardo o dia 31 para, definitivamente, fazer uma avaliação incisiva, porém modesta, como ponderadas eram as sábias palavras do ilustre poeta, que viveu apenas 21 anos de idade:
Meus oito anos
Oh! que saudade que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida,
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras
Debaixo dos laranjais!
Como são belos os dias
Do despontar da existência!
- Respira alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar – é lago sereno,
O céu – um manto azulado,
O mundo – um sonho dourado.
A vida – um hino d’amor!
Que auroras, que sol, que vida,
Que noites de melodia,
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado de estrelas,
A terra de aroma cheia,
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!
Oh! dias da minha infância!
Oh! meu céu de primavera!
Que doce vida não era
Nessa risonha manhã!
Em vez das mágoas de agora
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias!
E beijos de minha irmã!
Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
Da camisa aberto o peito
- Pés descalços, braços nus,
Correndo pelas campinas
À roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!
Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às ave-marias,
Achava o céu sempre lindo,
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!
Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
- Que amor que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
Casimiro de Abreu
Estava precisando aliviar as tensões da semana que passou, foi, realmente, dias angustiante, tanto com as águas pluviométricas, no meu Nordeste querido, maior prejuízo para Pernambuco e Alagoas, em decorrência do volume de águas das chuvas nos últimos dias, ainda a insegurança apresentada para a população do Rio de Janeiro e Sérgio, atuações desconformes de agentes da Polícia e resultados negativos para a sociedade como um todo. Aguarde nossos comentários.

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