É sabido que não ultrapassamos a barreira da probabilidade catastrófica, com a vitória sobre o Coronavírus e sua indigesta presença entre nós, continuamos na luta diuturnamente com nossos incansáveis e obstinados técnicos, médicos, socorristas e cientistas em busca da cura dos enfermos e a descoberta de uma medicação que combata o vírus mortal que nos assola. Antes que as boas novas aconteçam vamos tentar viver da melhor forma e do jeito menos letal a nossa sobrevivência.
Todos os dados nos levam ao isolamento social e nessa hora de tristezas e sofreguidão pela ausência que sentimos dos mais próximos, do abraço apertado dos nossos filhos, pais, irmãos e até dos companheiros de trabalho estamos sentindo aquele bom dia animador com desejo de bom resultado durante o dia, confesso que até o olhar desconfiado daquele vizinho cuja amizade é distante, também faz falta, pelo menos era um olhar de um ser humano a nos dizer que estamos vivos e sendo úteis.
A consagração do trabalho isolado, dentro da própria casa, para aqueles que podem trabalhar dessa forma sem prejuízo às suas atividades e com rendimento recomendável, essa nova realidade é um fato que dificilmente retornará como um trabalho rotineiro no futuro próximo. É bom que nos adaptemos e nos associemos ao novo normal dos novos tempos. Essa é apenas uma de tantas coisas que teremos que mudar no nosso comportamento humano, dessa forma, acredite também em mudanças mais radicais e o minimalismo é um novo jeito de viver melhor, com menos e uma vida mais saudável, pense nisso na sua próxima reflexão.
Nessa diáspora incongruência estabelecida por um inimigo invisível e alheia a nossa vontade afora estarmos sendo tangidos como gado ao matadouro, tamanha é a inconsistência dos nossos governantes, em todos os níveis, perdidos nos arroubos que os Poderes lhes facultam e infactíveis ao momento mais trágico das nossas vidas. Para viabilizar qualquer possibilidade de sucesso são incrementados jogos políticos no amago das questões menores, mas que representa o mais terrível cerco ao que há de mais sublime ao nosso povo que é a nossa dignidade e liberdade, tudo em nome da Democracia tão maltratada pelos políticos cínicos.
Quem diria que um dia a escola cínica e sua filosofia iam servir de adjetivo para uma corja de apaniguados dos poderosos, esses últimos para não perderem as posições nos seus respectivos cargos se aliam aos já calejados usurpadores do erário público, numa reedição de uma governança passada e que tanto mal fizeram ao país. Novamente nos vemos cercados por abutres em busca de alimentarem a fome que lhes apetece o apetite do alheio.
Como brasileiro tenho vergonha de conviver com pessoas sem nenhum caráter e sem noção de ética, nesse momento tão crucial para nossa pátria, se aproveitam da situação para aplicarem golpes baixos na aquisição de medicamentos e equipamentos para combate a pandemia e suas sequelas, o mais entristecedor é verificar o grau dos desonestos que transitam dentro dos governos estaduais e municipais, indo do primeiro escalão até escalões mais modestos, numa prova inconteste, os desonestos estão encravados por todos os níveis da nossa sociedade.
Enquanto o povo segue na sua luta para superar os problemas tão adversos, os políticos continuam nos embates procurando aprovações de seus projetos de cunhos mais pessoais que coletivos não satisfeitos com a privilegiatura, que o sistema permite, e suas incoerências no exercício dos cargos. São tantas as facetas mirabolantes apresentadas no nosso dia a dia, por entre os corredores e gabinetes dos palácios no planalto central que até Deus duvida. Já nem sei se há algum político que nos represente com a dignidade que os cargos exigem dos seus ocupantes, tamanho é o descrédito que temos neles.
Genival Dantas
Poeta, Escritor e Jornalista
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