O Fato Sem Politicagem 04/02/2021
O grande erro da pessoa que se considera autossuficiente é nunca ter dúvidas, portanto portadora de uma capacidade superior aos demais interlocutores, esse nunca se renovam, por saber tudo não mais aprende, quando cai na realidade não tem mais tempo de reparar os erros cometidos pela sua arrogância traduzida em competência cíclica, a tendência é que esse tipo fique repetindo o mesmo sem apresentar nenhum grau de crescimento, ou desenvolvimento.
O fato do presidente Bolsonaro se apresentar, repentinamente, como o mais novo defensor da vacinação em massa, levantar a bandeira da ciência e da medicina preventiva não lhe credencia ao rol dos mais louváveis profissionais que inicialmente pregaram no deserto os cuidados e precauções pela população de um país em marcha com alto grau de contaminação pela pandemia do Coronavírus, mais ainda, ele tem que entender que no Congresso não há neófitos na política e nem mesmo pueris para serem enganados facilmente.
Nem todos tomaram seus assentos nas mesas administrativas, o Líder do governo na Câmara dos deputados, Ricardo Barros (Progressistas) começa arrumando confusão com a diretoria da Agência de Vigilância Sanitária, alegando que fará pressão política para que aquela agência priorize as aprovações das vacinas, com andamento em pauta. Como resultante, desse impropério, Bolsonaro saiu em socorro dos seus protegidos e desautorizou qualquer pressão de alguém ligado ao seu governo contra aquela agência.
No Senado Federal, local que parecia que os ânimos estavam serenados, a cutucada mais forte contra o atual presidente, Rodrigo Pacheco (DEM/MG) veio daquele senador tido como uma das forças vivas do atual Congresso, Kajuru, grande desafeto de David Alcolumbre, ex-presidente da Casa. Senador Jorge Kajuru (PSB/GO) foi direto e objetivo, na sua hora e pela ordem, deixou claro que não acreditava na mudança de rumo na condução dos trabalhos do Senado, muito embora respeitasse o atual presidente e gostaria até que o novo presidente lhe desse um cala boca no futuro e que seu prognóstico estivesse errado.
Esquentando mais ainda a temperatura do Senado, outro senador não menos polêmico, Randolfe Rodrigues (Rede/AP) entra com pedido de CPI contra o ministério da saúde e o próprio Governo Federal, caso que o presidente do Senado ficou de estudá-lo oportunamente. “Oportunamente”, foi a palavra pronunciada pelo presidente e contestada pelo Kajuru, afiançando que o ex-presidente, Alcolumbre, quando não queria levar o assunto em frente, sempre a pronunciava.
Entendemos que a situação não seria tão fácil como foi pintada nos primeiros passos das novas diretorias das duas Casas Legislativas, porém o bate cabeça começou bem antes do previsto, é preciso que a guarda seja baixada, o ódio reservado para o ambiente fora dos trabalhos, mais próximo ao calor das ruas, temos um ano inteiro para tratarmos de uma agendo propositiva e emergencial, não havendo espaço para futricas e ou beligerâncias.
O Governo Central apresentou uma pauta para ser discutida dentro do Congresso Nacional, velha conhecida de todos nós, nenhuma novidade acrescida, muitas coisas relevadas ou esquecidas, caso esquecido da ajuda emergencial, que vem enrabichada, ou atrelada com uma formula que venha proporcionar os recursos necessários para sua efetivação.
Dessa forma o presidente não apresenta nenhuma sugestão nesse sentido, como se fora algo nem tão emergencial assim, não podemos esquecer que temos mais de 32 milhões de famílias carentes, esperando por esse recurso governamental que entra no processo como um adjutório improrrogável e necessário para a sobrevivência de muitos.
Na área econômica os próprios presidentes das Casas estão conscientes das suas responsabilidades e se propuseram levar o assunto aos congressistas, até mesmo em caráter de emergência, sabem eles, é preciso que tratemos do Coronavírus e dos desates dos nós da economia com a mesma urgência e prioridade que o empenho que precisa ser dada ao auxílio emergencial.
É preciso que Bolsonaro entenda, nesse momento, as pautas vinculadas ao desarmamento e compra de armas é assunto secundário, além de outros casos menos relevantes, a prioridade total é saúde, trabalho e comida para o povo carente e sofrido que não tem culpa da pandemia e nem do despreparo de alguns membros dos governos em andamentos.
Genival Dantas
Poeta, Escritor e Jornalista
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