Em resposta a uma leitora, como dizia o saudoso astrólogo Omar Cardoso, minha cara consulente, darei uma explicação, principalmente ao respeito e admiração que tenho as pessoas inteligentes e educadas que discordam de alguns pensamentos nossos sem, entretanto, magoar ou ofender o contrário. Partindo dessa premissa gostaria de observar os seguintes aspectos levantados pela ilustre conterrânea de Pombal/PB, Mary Loide:
· Tratamento dado ao Presidente Bolsonaro – sendo coerente com o que normalmente escrevo e não querendo ser piegas, até porque, todos sabem que votei no Bolsonaro no segundo turno, nas eleições de 2018, por absoluta falta de opção, mesmo assim reconheço a falta de respeito que há no tratamento que lhe é dado por parte da mídia contrária a gestão do atual governo. Há um verdadeiro choque de opiniões quando o assunto é tratado por essa mídia quando o assunto é Bolsonaro. Temos que reconhecer que essa situação foi criada pelo próprio Bolsonaro quando provocava os órgãos de comunicações, antecipando algumas ações que faria contra os empresários desse mercado, colocando freios na sangria que havia no dinheiro da Nação, por conta do privilégio que havia quando nas contratações das propagandas do Governo Federal, alegando seletividade nas contratações;
No Congresso Nacional, desde o início do mandato do atual Presidente há uma queda de braço muito forte pela esnobação feita pelo próprio Presidente da República quando esse entendia que poderia governar sem o apoio político dos congressistas, puro engano, ele teve que se curvar e pedir apoio ao grupo do chamado centrão na tentativa de formar uma base parlamentar e dinamizar seu trabalho no executivo, tantas foram às derrotas do Governo, tanto na Câmara como no Senado;
Supremo Tribunal Federal (STF) – foi nessa casa, Guardiã das Leis, as diferenças ficaram mais evidentes, quando o projeto de Lei, ou qualquer outra iniciativa do Executivo, raramente o assunto não era tratado, ou é tratado, como Inconstitucional. Dessa forma, alijado pelo Congresso e repelido pelo STF, certamente o atual governo não tinha como não travar e suas ações ficaram prejudicadas ou adiadas. Nesse entrevero decorreu por conta do orgulho dos dois Poderes, justificando aquela máxima: “Sabe com quem está falando?”. Alguns componentes do Judiciário não queriam aceitar a prepotência do Bolsonaro e esse não se conforma até hoje ser submetido ao controle jurídico do STF, pelo menos é assim que a história se apresenta. Fica ai um assunto para muitas controvérsias;
Resumo do assunto – fica provado mais uma vez que a vaidade, o destempero e a falta de diálogo jamais vão prevalecer sobre a humildade, o controle emocional e as palavras bem colocadas; muitas vezes os homens alcançam o sucesso, atingem os píncaros da glória, tanto financeiramente como no reconhecimento social, muito embora ele não consiga crescer espiritualmente, falta-lhe a modéstia, não aceitando o contraditório e até mesmo pedindo perdão pelas suas falhas e erros, todos nós somos passíveis dessas fraquezas humanas;
· Resposta aos 27 questionamentos feitos – não tenha dúvidas, minha cara consulente, o que pesa para que a oposição não tenha entrado, até agora, com toda força para tirar o Presidente do Poder é exatamente seu comportamento de honestidade. Tudo bem que ser honesto não é qualidade, mas um dever; ultimamente esse predicado passa longe das pessoas, mormente dos políticos, em sua maioria;
Quanto aos inúmeros feitos - nesses últimos quase 19 meses de governo Bolsonaro, entendo que todo administrador que se preza precisa agir dentro de uma razoável atividade atendendo as demandas mais prementes, assim aconteceu como devia acontecer com qualquer dirigente bem intencionado, mesmo não tendo um projeto de governo previamente preparado e sem nenhum tino administrativo, é exatamente o que ocorre com Bolsonaro;
Transposição do Rio São Francisco – esse é um assunto antigo e que foi motivo de muita cobiça dentro dos Coronéis políticos do Nordeste. Esse caso nasce dentro do Império de D. Pedro ll, atravessam vários períodos da República, presidentes populares e populistas e até mesmo golpes, início da República e do próprio Getúlio Vargas, inventando uma revolução que nunca houve e se aproveitando do assassinato de João Pessoa, crime passional, diferenças pessoais, cometido por João Dantas, levantaram uma bandeira como se fora crime político, golpe certeiro no coração da Democracia brasileira;
Solução parcial da transposição – os governos do lulopetismo realmente começaram com o projeto, não restam dúvidas, como também é de conhecimento geral que sua conclusão nunca seria alcançada por aquele governo desonesto, usavam a obra para desvio de valores, caso o país não trocasse de comando ela seria uma obra interminável, seria mais uma fonte de alimentação da corrupção do Governo Federal daquele período, 2003/2014. Quando Bolsonaro assumiu os recursos foram direcionados para o fato principal e muita coisa foi desenvolvida e ampliada, em obras paradas e esquecidas, mérito da honestidade do Bolsonaro;
Obras e Projetos Sociais – com as torneiras fechadas para a corrupção e uma equipe participativa e voltada para a causa brasileira e não a causa política e pessoal, muitos projetos deslancham, muito embora alguns colaborados diretos do Presidente não ajudar muito travando vários empreendimentos, os principais focos seguiram adiante: a retomada da economia, antes do Coronavírus, estava saindo da curva lenta para criar solidez, a bolsa acompanhava a esperança das nossas exportações e o crescente crescimento do agronegócio, superando recordes anteriores, tanto em 2019 como a previsão para esse ano é de um novo recorde;
Verdades e Mentiras – muito embora o Presidente Bolsonaro não tenha se preparado para o cargo que ocupa atualmente, sem o devido traquejo, não se fez de arrogado, nesse aspecto e foi beneficiado por alguns auxiliares diretos nas tarefas mais diretas, portanto muitas coisas foram feitas, quando esses auxiliares falharam nas suas tarefas nada deu certo. Com a surpreendente chegada do Coronavírus o que estava ruim piorou a economia que caminhava para um pequeno déficit na balança comercial foi preciso larga mão das perspectivas e se lançar no socorro aos brasileiros mais carentes, os gastos se multiplicaram e sai do controle, o governo é autorizado pelo Congresso, com anuência do STF a superar a meta fiscal, ou seja, superar a previsão orçamentária sem risco de condenação.
O que ficará depois da pandemia do Coronavírus – epilogando os fatos, peço antecipadamente minhas desculpas se não retratei a realidade devidamente, pois fui sucinto para não ser prolixo, foi intencional, procurei não cansa-la e aos leitores também, fica meu respeito o que foi feito e a tristeza pelo que deveria ter sido realizado, reconheço a fragilidade da estrutura governamental e a falta de coordenação por ausência de iniciativas e operacionalidade do próprio governo, mais ainda, não se admite um governo sem agilidade e inoperante nos setores mais fundamentais objetivamente na hora da premência como está sendo o caso do Coronavírus. Vai ficar um vazio enorme na área da saúde depois que a tempestade passar, não sei se a bonança não vai demorar para nos consolar.
Genival Dantas
Poeta, Escritor e Jornalista
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