Augusto Aras o dançarino clássico ocupando todo palco político (25/08/2021)
O Fato Sem Politicagem 25/08/2021
Se fôssemos trazer a desenvoltura do Procurador Geral da República para uma apresentação de um balé clássico diria que o malabarismo apresentado pelo procurador aras, na sabatina do Senado Federal, foi um verdadeiro espetáculo, ocupando os espaços vazios, sobre um tablado escorregadio, visualizado por uma plateia atenta e desmensurada por parte de alguns ávidos de vingança nas perguntas matizadas por adereços finórios.
Se comportando até, surpreendentemente, minimalista, o procurador geral foi reconduzido ao cargo, por mais dois anos, de forma até certo ponto tranquila, principalmente por seu jogo de cintura, procurando se mantiver simpático aos políticos de várias correntes, conseguindo um placar no plenário daquela Casa elástico. Não podemos esquecer que ele foi ajudado pelo STF tendo arquivado ações contra ele, horas antes, pavimentando sua estrada com pedrinhas de brilhantes.
Outra situação favorável ao seu sucesso foi a sua ajuda na condução do esfacelamento da Lava Jato, tornando a permanência do ex-ministro Sérgio Mouro, no cargo, para deleite e satisfação dos condenados pelo ex-ministro quando ainda atuava como Juiz Federal, em Curitiba. Igual facilidade não terá André Mendonça, indicado pelo presidente, Jair Bolsonaro, ao cargo vago no STF. A resistência ao novo do indicado foi ampliada pelos últimos atritos entre o Judiciário e o Executivo.
O momento tomou um rumo de difícil solução entre os Poderes da República e até mesmo dos Governos Estaduais, unidos formaram uma corrente majoritária em apoio aos membros daquela Corte e contra os ataques diuturnos que alguns dos seus membros têm sofrido pelo presidente Bolsonaro. Após reunião entre alguns governadores e o presidente do STF, Luiz Fux, a comitiva de governadores pediu audiência com Bolsonaro para possível conciliação entre as partes.
Particularmente, não acredito numa solução advinda com anuência do próprio Bolsonaro, ele até poderá assumir algum compromisso nesse sentido, entretanto, como é do seu feitio, não irá honrar qualquer acerto, continuando a usar sua artilharia em direção a Deus a ao mundo, essa é uma prática recorrente desde que ele assumiu o cargo, não evitando atingir nem mesmo aliados e correligionários políticos. Com outras palavras: o que o Bolsonaro fala não se escreve.
Enquanto o clima aquece na praça dos três Poderes, em Brasília, no Sudeste e no próprio Centro-Oeste a terra tem ardido em chamas, sofrendo e gemendo com ausência de água, fazendo, em algumas regiões pontuais, suas vegetações e animais sejam sacrificadas, mesmo com a tentativa de conter as labaredas, por parte de alguns abnegados e solidários a natureza, o prejuízo é enorme contra o ecossistema e o habitat natural de muitas espécies em extinção.
Essa crise hídrica que estamos passando, nos afeta diretamente, nós que moramos no interior paulista, temos sentido suas consequências, já se vislumbra a possibilidade de racionamento d’água, pois, a tendência é que a situação venha a piorar. Nossos reservatórios estão bem aquém do razoável para essa época do ano, estamos com aproximadamente 26% da capacidade de armazenagem, com probabilidade de atingirmos 16% em novembro próximo.
Os números acima anunciados são catastróficos para milhões de habitantes que moram nessas regiões. Já estamos sofrendo com as consequências mais diretas e antecipadas, o preço dos alimentos tem se elevado de forma desproporcional até mesmo a crise social que temos convivido, em decorrência da pandemia do Coronavírus. O ar de baixa umidade tem provocado às noites das crianças e idosos mais longas e tormentosas, necessitando de paliativos para atravessá-las.
Quando o assunto é político sabemos que muitas soluções são apresentadas, no caso em relato não temos opções, apelar para a natureza não teremos uma resposta imediata. Mostrar a realidade dos fatos para os que de alguma forma tentam nocautear nossos recursos naturais, também não trará uma solução a contento e de imediato. Nesse caso, só há uma solução, ajudar a terra a chorar, quem sabe nossas lágrimas não amenizam um pouco o calor descomunal que nos cerca.
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