O Fato Sem Politicagem 31/12/2020
Assim falou Zaratustra, aquele que foi fundador do Zoroastrismo, na antiga Pérsia, religião que pode ter sido a primeira monoteísta ética religiosa, obra desenvolvida entre 1883 e 1885 pelo filósofo alemão Friedrich Nietzsche, obra incompleta, faltou o fechamento da história, os quatro volumes iniciais foram transformados em apenas um único tomo. Narrativa do autor para falar sobre as andanças de um filósofo autodenominado de Zaratustra. Como a ação do livro se desenvolve no entorno do século Vll a.C, há prognóstico que ele tenha nascido e vivido nesse espaço de tempo.
Como todo filósofo tem sua vida cercada por mistérios, não seria diferente com o nosso focado, além das suas peripécias, feitos e prodígios teve muitas terras percorridas por ele, ademais tudo que é lenda também é jocoso, mesmo que esteja recheado de tragédias. Alguém pode perguntar o que temos com um fato do pretérito se estamos no linear de novo ano e muitas história vivenciadas no desenrolar em todo percurso deste ano de 2020.
Claro que as histórias são diferentes, exceto o caráter humano e sua capacidade de agir e reagir dentro de uma sociedade mística e carente de recursos para sua sobrevivência sem a interveniência dos seus respectivos governos. A cultura de se aproveitar do Poder público é milenar, tanto pelos comandantes como os comandados, temos um histórico de muita exploração das duas partes na medida em que ambos precisam das suas anuências para viver da melhor forma e com o menor esforço possível, ou seja, a atual filosofia, viver de mordomia, em outras palavras, sombra e água fresca.
Nesse momento de crise mundial quando a pandemia é acusada de levar, no planeta, mais de 200 milhões de pessoas à miséria extrema, a presença do Coronavírus foi encontrada em mais de 70 milhões de pessoas, além de uma provável contaminação na ordem de 500 milhões, são números discutidos pelos estatísticos empenhados em tratar o assunto com seriedade. Esses números nos coloca dentro da inflexão transformadora que essa crise nos trouxe, o que é normal em cada situação idêntica e pontual.
Sofreremos uma mudança muito forte nas nossas economias, o mercado de trabalho colaborado pela situação de isolamento, da mão de obra produtiva, não mais deixará de ter a participação do Home Office, principalmente nos departamentos de apoio e da área administrativa, em determinados segmentos de mercado essa já é uma realidade sem condições de retroceder ao estágio anterior. O setor bancário, sem exceção já caminha para desmonte de algumas agências deficitárias se mantida no atual tamanho quando a tecnologia da informática pode reduzir custos com mão de obra e estrutura presencial.
É evidente que algumas profissões vão ser eliminadas e outras acrescidas ao mercado de trabalho, uma troca de identificação daquilo que foi superado e o que vem surgindo, o papel do gerente, cognominado de xerife, esse praticamente foi rifado dentro de qualquer empresa, o funcionário sem iniciativa, resiliência e espírito de liderança também está fadado a ser ignorado nos novos organogramas, surge à necessidade do trabalhador se reinventar e atualizar para se manter no mercado produtivo.
Estamos tentando imaginar um novo ano dentro de um novo mundo a partir de amanhã, entretanto nos mantemos pessimistas, principalmente no Brasil, com essa insurreição apresentada nos últimos dias com aproximação da virada do ano, quando o movimento foi iniciado pelos governos estaduais contra o governo federal, agora na mesma linha de raciocínio os prefeitos municipais se sentiram no direito de assim se comportarem, aqui em São Paulo, por exemplo, as determinações do governador João Dória estão sendo ignoradas por grande leva de prefeitos, inclusive o seu partido político.
Enquanto o mundo corre em busca de se munirem das vacinas que estão aparecendo e grande número de países, já supera ao número de 40 em diversos Continentes, o Brasil, como um país incompetente na sua administração continua tentando comprar seringas, para aplicação dos imunizantes, e não consegue, está sendo ultrapassados por países menores e sem o devido conceito internacional em termos de economia.
Esse fato gera uma situação de incerteza para o futuro próximo, sem a população devidamente vacinada o setor econômico não vai sair desse ritmo de tartaruga em que nos encontramos. Fatalmente essa inércia trará consequências negativas em todo planejamento anual, tanto para o próprio governo como para a economia privada, transformando-se numa verdadeira roda viva.
É profundamente lamentável que temos o sentimento da nossa realidade mais próxima de um novo ano de fracassos que de sucessos. Porém essa é a nossa verdade, consequentemente, procure não se juntar aos indiferentes, fiquem isolados com seus parentes mais próximos, comemorando o que for possível com o mínimo de acompanhando no recesso do seu lar. Bom final de ano.
Genival Dantas
Poeta, Escritor e Jornalista
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