
O Fato Sem Politicagem 10/04/2021
Tentar buscar em outras terras alento para os nossos males, dirigir sem nenhum destino como se fora uma fuga sem objetividade, fazer contorno no primeiro acesso é desistir de procurar amenidades, tratar a vida com indiferença é ser igual aos demais e se render ao que há de pior; pela cantiga da perua, certo mesmo é a incerteza dos dias que virão pela frente.
Acompanhar a multidão em direção ao púlpito para os fariseus sentimento “démodé” e piegas, uma verdadeira alcunha fora dos conceitos sociais, como que um ponto fora da curva. Ficar calado e não dizer nada é comungar com a perversa situação incômoda aos já desmotivados brasileiros de profunda comiseração, surgindo daí a alma pungente e maviosa do brasileiro resiliente.
Esse última semana foi de efeitos catatônico, simplesmente estarrecedor, quando tratamos da condução na administração pública nacional, colocando no mesmo plano os três Poderes constituídos, Executivo, Legislativo e Judiciário. Inegavelmente, há no ar uma perfeita sinergia formadora de uma simbiose em formação e bifurcando por caminhos torpes calcado na indolência comprometida da alma do brasileiro inebriado pelo furor dos alcaloides fornecidos pelos tiranos.
A inconsistência das ações vindas da Praça dos três Poderes nos deixa estarrecidos e como quem tivesse sido sentenciado por uma condenação a viver na berlinda das circunstancias, entre a turba desfavorecida e o populacho dos desgraçados, vistos aos olhos da casta burguesa formada pela minoria privilegiada do funcionalismo público, mormente pelos escolhidos pelos semideuses.
Nos últimos dias ficou perigo, duplamente, oscular até mesmo a fase da mulher amada, primeiro pela presença da pandemia e os riscos sanitários, depois você pode ser confundido por um traidor da pátria, depois de 2021 anos um assunto que surge das profundezas da história medonha e resvala na historicidade da política e da religiosidade cristã.
Incitado pelo apelo do Legislativo, dois senadores da República conduzem o assunto e um terceiro sendo autor, o Judiciário, monocraticamente, ministro Luiz Roberto Barroso, STF, ordena que o presidente do Senado, senador Rodrigo Pacheco, instala imediatamente, em caráter de urgência, a CPI da Covid, essa atitude do ministro Barroso acirro os ânimos entre o Judiciário e o Executivo.
O que há de correlação entre a instalação da CPI no Senado Federal e o Poder Executivo, simplesmente a Comissão Parlamentar de Inquérito foi pedida para avaliar o comportamento do Poder Executivo Federal, sem citações aos Governos Estaduais e ou Municipais. Caso o processo seja instalado tem implicações seríssimas podendo atingir tanto o ministério da Saúde como a própria presidência da República, com chamamento para depor das autoridades competentes.
Como a ministério da Saúde não foi nenhuma obra de arte na condução da pandemia, até mesmo Jair Bolsonaro, pecou e peca diariamente, expondo sua contrariedade com as atuações dos governadores e prefeitos no combate ao Coronavírus, isso respaldado pelo STF, faz desse caso uma situação que pode resultar em final de difícil previsão.
Desse modo, até o final dessa pendenga muita água vai passar por baixo da ponte e muito vento vai soprar em direção ao planalto e não são ventos vindos dos morros uivantes, a sensação que fica é de mais desacertos que acertos na área política brasileira, quando o prejuízo será para todos, não ficando ninguém imune às intempéries que virão.
Genival Dantas
Poeta, Escritor e Jornalista

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