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Apesar de você o amanhã virá(16/02/2021)

Foto do escritor: Genival DantasGenival Dantas

O Fato Sem Politicagem 16/02/2021



Dentre as pandemias que tantas vidas foram ceifadas podemos lembrar-nos da “peste negra (1343/1353) – gripe russa (1889/1892) – gripe espanhola (1918/1919) - gripe asiática (1957/1958) – gripe de Hong Kong (1968/1969) – pandemia de gripe A (2009/2010)”. Nada mais cruel que a peste negra e a gripe espanhola, essas duas em suas respectivas épocas, afirmam que dizimaram 1/3 da população nos seus curtos tempo, mas de uma malignidade terrível contra a humanidade.


Na primeira grande onda de pandemia mundial há registros de metade até 2/3 da população tenha sido dizimada, mas fico com a versão de 1/3 dessa mesma população Europeia, local de maiores perdas humanas. Quanto à gripe espanhola, essa pandemia nos afetou diretamente, mesmo tendo registro de 50 milhões até 100 milhões de infectados e 500 mil vítimas fatais, também fico com o primeiro número, nessa oportunidade os brasileiros foram 50 mil infectados e perdemos aproximadamente 20 mil vidas.


A gripe espanhola não surgiu na Espanha, fala-se que deve ter aparecido nos EUA, ou até mesmo na China, há controvérsia a esse respeito, informações desencontradas. Aqui no Brasil o prejuízo foi enorme, tivemos até mesmo o presidente da República Rodrigues Alves, eleito em 1918 e falecido em 1919, também vítima da gripe no pico da crise, antes da posse.


É bom ressaltar que, naquela época o governo Federal teve muita dificuldade em vacinar a população brasileira, foi preciso implantar o Estado de Sítio e o apoio das forças armadas para que a vacinação fosse aceita, pois existiam no Congresso Nacional agitadores levantando a hipótese da vacina ter vindo contaminada e o seu uso transformava o ser humano em bichos diversificados, portanto alguma coisa com alguma semelhança com atual situação não é mera coincidência.


Qual a relevância dessas informações nesse momento de pandemia depois de 103 anos e em pleno carnaval, abortado e transformado em ponto facultativo pelos Estados e maioria das cidades brasileiras. Há registros que o carnaval de 1919 foi um dos mais festejados, era o fim da pandemia e o ressurgimento para a vida depois de um estado emocional terrivelmente abalado, ocorreram muitos exageros, extrapolaram todos os limites de foliões, porém era uma forma de gritar ao mundo que a vida estava sendo comemorada de forma entusiasmada e eufórica.


Durante a pandemia as pessoas não respeitaram as ordens do governo, assim como hoje, muitos se imaginavam pertencerem a uma raça superior, não havia serviço médico público como temos hoje, havia necessidade de médicos e paramédicos, faltavam covas e caixões, sobravam corpos, dessa forma muitos eram sepultados pelos próprios familiares.


Essa crise era justificada, pois a maior incidência dos casos estava localizada entre o Rio de Janeiro e São Paulo, local de desembarque dos passageiros vindos da Europa e EUA. O carnaval deste ano ficou adiado oficialmente para outras datas, dependendo do Estado ou cidades. Entretanto, estamos vendo que parte da nossa população perdeu o respeito pelo próximo e pela própria vida que foi banalizada.


Por mais que tenha sido orientado de fazer o isolamento social esse apelo não foi respeitado, o que temos visto pela mídia eletrônica é, exatamente, a formação de grupos de desavisados embalados pelos sons eletrônicos, varando madrugadas, como se essas pessoas não fizessem parte de uma sociedade receosa de perder a vida dos seus parentes, quando não a própria vida. É esse tipo de gente, oferecendo risco a terceiros e a si próprio, que faz de nós humanos feras feridas pelo ódio contra a própria raça.


O coronavírus já não representa o grande perigo, encontra-se entre nós uma cepa do vírus amedrontando muita gente, na Europa e na África também já foi identificado esse inimigo e agindo entre os humanos. Manaus e São Paulo foram os locais, aqui no Brasil, da existência desse novo perigo, mesmo assim, há pessoas que se sentem superiores duvidando até mesmo dos riscos que a vida nos oferece, muitas vezes gratuitamente somos levados às fatalidades que nos oferecem.


Quando o carnaval passar, ele vai passar, não vá reclamar da sorte, dos santos, das autoridades e da imprensa, todos estão cumprindo os seus papéis, uns mais outros menos, cada um dentro do seu quadrado e da sua capacidade de agir e executar sua tarefa. O que mais lamentamos é o comportamento da própria população que não ajuda a se ajudar, amanhã quando a distribuição de vacinas estiver em ritmo lento e a demanda acrescida, nada nos salvará.

Genival Dantas

Poeta, Escritor e Jornalista








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