Em meio a tanta exasperação há também momentos em que a sofreguidão é substituída por lampejos de esperança, esta semana é um caso desses. Alguns fatos positivos ilustram bem o quanto é possível e provável que a vida ocorra envolta em situações conflitantes e ao mesmo tempo serenas, refiro-me às demandas e resultados pouco prováveis, mas reais.
A desoneração da folha era um assunto que vinha se arrastando por alguns meses no Congresso Nacional, ficando parado na Câmara Federal sob o pretexto que não havia clima para sua devida aprovação, realmente tinha divergências entre a situação e a oposição que vinham dificultando um final favorável à sua aprovação, até mesmo o governo vinha fazendo obstrução.
Eis que de repente, mais que de repente, como disse o poeta, o governo destravou a pauta com aprovação, pela própria Câmara, da PEC dos precatórios, um faz-me rir, abrindo espaço de R$106,1 bilhões para o orçamento do próximo ano, criando recursos para o pagamento do benefício de R$ 400, no Auxílio Brasil, dois coelhos com uma cajadada.
Essa nova situação vem favorecer, a priori, 17 setores da economia, destacando a Construção Civil, o Setor Calçadista, Cal Center, Comunicação, Confecção e Vestuários; esses de grande importância no que tange a empregabilidade. Ontem, o Senado aprovou sem emendas o projeto original vindo da Câmara Federal, seguindo para sanção.
Essa vitória foi do bom senso, todos ganhamos, o governo e a oposição não mais baterão cabeça nesse impeditivo que era a desoneração com vencimento para 31 de dezembro próximo, agora ele foi prorrogado para o final de 2023, seria providencial se esse tema fosse motivo de discussão e essa tese fosse prorrogada por mais tempo pela sua importância.
Na mesma linha dos empregos e de âmbito mundial, todos sabem que estamos passando uma fase de escassez de oferta de empregos em todo planeta, uma das razões pelas quais esse assunto vem se tornando um drama mundial é exatamente o avanço da tecnologia e sua facilidade em se colocar no lugar na mão de obra humana e as terríveis consequências.
Principalmente depois da instalação da pandemia do Coronavírus, grandes empresas que trabalham com serviços, tipo Google (Alphabet), Microsoft, Facebook (Meta), Amazon, e outras, operam com baixo custo de mão de obra, mesmo considerando empresas que pagam bons salários, entretanto elas empregam pouca mão de obra, pelos seus recursos técnicos.
Isso resulta em grandes resultados financeiros, em termos de lucros, antes do advento desse setor econômico as grandes empregas eram as petrolíferas, montadoras, linha branca, dentre elas a GE, os grandes conglomerados com mercados diversificados, esses grupos foram sendo superados pela nova formatação dos empreendimentos atuais.
Essas novas empresas estão sofrendo pressão regulatório por parte da UE (União Europeia) e os EUA (Estados Unidos da América), no sentido que elas venham se adequar ao novo mercado e que as pessoas que trabalham via app (aplicativos) sejam considerados funcionários dessas empresas, com implantação de um piso salarial adequado às partes.
Essa iniciativa é fundamental para amparo aos novos profissionais que surgem a cada dia no mercado, sem a devida regulamentação, propiciando uma massa humana sem a devida seguridade, ficando fora de qualquer cobertura contratual, sendo forçados a se transformar em microempreendedor, sem a menor noção dessa realidade.
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