Alexandre de Moraes manda Jair Bolsonaro para a baixa da égua
O fato sem politicagem 05/05/2022
A baixa da égua é um local distante e vazio, incerto ignorado, uma citação nordestina dos velhos tempos, quando alguém quer mandar alguém comer capim. Depois de o Bolsonaro emitir a graça em favor do deputado Daniel Silveira (PTB) lhe favorecendo, retirando de suas costas uma pena de mais de 8 anos, em regime fechado, mais a desobrigação das multas e o retorno da sua elegibilidade, portanto, o lugar comum do brasileiro, a situação volta a se complicar.
No uso das suas atribuições normais e prerrogativas, o ministro Alexandre de Moraes não se fez de arrogante, emitiu nova ordem, determinação, para que o deputado citado voltasse a colocar a tornozeleiras, ficando ausente de qualquer entrevista aos meios de comunicação, e sem comunicação com outros elementos envolvidos e partícipes da sua querência, além de nova multa na ordem de (R$ 405 mil) em desfavor do próprio deputado.
Essa atitude do ministro Alexandre ficou evidente que foi uma peitada direta no presidente Bolsonaro, numa tentativa de mostrar, efetivamente, quem manda nessa praça dos três Poderes e quem fala por último; a situação volta a se tencionar, agora de forma direta e contundente, em amostragem que na proporção que o tempo passa não vislumbrou nenhum aceno, no horizonte, nem mesmo de uma bandeirola branca da paz balançando no ar.
Para deturbar ainda mais o ambiente caótico, o deputado Silveira não recebeu o oficial de justiça que levava as determinações impostas pelo ministro, se negando não tão somente em receber o oficial de justiça, alegando ainda, não usaria aquele instrumento identificador e localizador; isso tudo em um dia em que o presidente do STF, Luiz Fux, recebeu a presença do presidente do Congresso nacional, Rodrigo Pacheco, e do ministro da defesa, general Paulo Sérgio Nogueira.
Em uma tentativa de levar o ministro Alexandre de Moraes ao plenário do Senado federal, o senador Eduardo Girão (Pode/CE) apresentou requerimento para realização de sessão de debates temáticos com o ministro Alexandre, o que foi abortada pelo presidente do senado, pontualmente. Era uma possibilidade do ministro Alexandre se posicionar sobre essas imposições e tentativa de amordaçar os congressistas, mesmo eles tendo prerrogativas de se manifestarem sobre quaisquer assuntos.
Agora, a situação ficou delicada, precisamos que haja uma intermediação de forma colaborativa, com ascendência sobre o Executivo e Judiciário, Bolsonaro e Alexandre, e que eles, definitivamente desçam dos seus tamancos, recolham-se a modesta condição de humanos, reconheçam seus limites, como autoridades, constitucionalmente reconhecidos, usem o caráter da humildade para que os meios justifiquem os fins, pelos quais eles trabalham, sem arrogância, e ou subserviência.
Ficou claro que o caso Daniel Silveira virou um caso político, saiu da esfera jurídica, lembra marcação de Poder, nesse jogo de cena, e desejos ocultos, quem manda mais, eu ou ele, ficando no meio desse fogo cruzado um deputado, independente que ele seja operativo, ou não, trata-se de um ser humano, o mais votado pelo povo do Rio de Janeiro, sendo usado como ioiô, nas mãos de dois ventríloquos, sendo manuseado em circo de céu aberto e a plateia horrorizada com o espetáculo dantesco.
É de se imaginar, quando uma pessoa é guindada a um cargo de comando, onde você passa a ter responsabilidade sobre as pessoas, temos que ter muito equilíbrio, principalmente, pelo fato de contribuir com o andamento na vida de alguém, para o melhor, ou pior. O que vem ocorrendo é uma verdadeira falta de humanidade para como o deputado Daniel Silveira, é preciso que tratemos as coisas com o máximo de cuidado para não querer acertar as coisas materiais em detrimento do material humano, como se fora uma coisa qualquer.
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