O Fato Sem Politicagem 07/03/2021
Hoje completei 68 anos, no dia do meu nascimento era um dia de sábado e tinha feira na minha cidade, a feira, normalmente aos sábados, era o ponto de encontro entre o rural e o urbano naqueles idos de 1953, em especial nos sertões nordestinos e especificamente na Paraíba, sobremodo em Pombal, uma das mais antigas cidades e banhada por dois rios perenes Piancó e Piranhas, encrostados nas terras secas daquela região abençoada.
Não esperava viver tanto para sentir na pele a travessura de adultos que só vira nos meus tempos de criança e entre nós, a impressão que tínhamos que toda e qualquer atitude de gente adulta era embasada em coisa séria e abalizada por todos da sociedade, sem nenhum resquício de desonestidade, agora percebi que tudo o que existe hoje já existia antes, apenas não cabia na cabeça de gente inocente tamanha crueldade humana.
Ficou mais claro que o que era ruim no passado nem tão distante tem piorado com o passar do tempo, tenho percebido que algumas pessoas, mais sérias, procuraram e procuram ficar ausente de determinadas situações que provoquem a possibilidade do ser levado a alguma prática que não seja ética e nem moral. Entretanto, alguns setores da sociedade ainda caminham por ruas nada purificadas e são normalmente sentenciadas como de endereços nada convincentes.
Pouca coisa tem nos mostrada a verdadeira evolução do ser humano nas últimas décadas, claro que fomos aculturando em outras culturas partindo das nossas bases e na proporção que fomos desenvolvendo com descobertas de novas terras e nova gente existente em terras conquistadas. Quanto mais avançamos em direção aos novos mundos e fronteiras alargavam nossas teias de conhecimentos.
Fomos juntando experiências de sobrevivências e misturando raças, credos, misticismos, defeitos e qualidades. Saímos singrando mares e desbravando florestas, inauguramos escolas e constituindo novos núcleos de formação acadêmica, melhorando a etnia e a capacidade de viver em comunidades, já não precisávamos continuar nômades, conseguimos nos concentrar às margens dos rios e litorais, explorando a pesca e a lavoura, uma nova forma de sobrevivência humana.
Desembarquei no planeta terra numa fase de muitas transformações e muitas aconteceram depois dos anos 1950, com ampliação do uso das máquinas, aparecimento de novas armas, coisa dos homens e de todos os tempos, até mesmo a arma nuclear já era uma prática entre os mais evoluídos e o avião, para desespero do seu criador, Santos Dumont, teve seu uso levado às práticas e guerras, matando mais e em maior velocidade.
O mundo científico se expandiu, muitas descobertas, viramos até viajantes do futuro e conquistando espaços era ambiente apenas de um Santo, São Jorge, conforme os mais crentes nas suas buscas de alimentos espirituais, esses podiam ver e ainda veem o seu Santo Forte, montado no seu cavalo branco, matando o dragão com sua lança sagrada, tudo isso visto da terra olhando para o céu em noite de lua cheia. Pura imaginação inocente!
O que importa é que temos dominado muitas coisas que pareciam indomáveis, curamos muitas doenças que pareciam sem curas, represamos outras com vacinas e nossas pesquisas laboratoriais. Entretanto nos últimos 100 anos, de formas distintas, fomos acossados por duas tragédias humanas, uma entre os anos 1918/1919 (gripe espanhola) e agora estamos sendo carcomidos pela pandemia do Coronavírus; constante entre nós, em todo planeta terra, desde janeiro de 2020.
Alguns países estão se dando melhor, outros, assim como e principalmente o Brasil teve a desdita de ter em seu comando um Líder às avessas, pois de nada entende de relações humanas, com profundo déficit de humanidade, sem nenhuma sensibilidade com os mais necessitados, moribundos e famintos, indiferente ao que possa ocorrer ao seu entorno, exceto os que lhes diz respeito à consanguinidade.
Para piorar essa minha avaliação dos meus tantos anos, já epigrafados, leu na imprensa internacional a absoluta falta de respeito com o ser humano, principalmente vindo de uma família real, a mesma que se eternizou no reino da Inglaterra e vem mantendo a tradição e a cultura da realeza, antes uma história de muitas realizações, conquistas e também deslizes.
Príncipe Harry, filho da rainha Elizabete, juntamente com sua esposa Meghan Markle, deu entrevista à Oprah Winfrey (rede CBS) com revelação surpreendente da preocupação da família real britânica, com o quão escuro poderia vir a pelo do filho do casal, com sangue real. Quanta hipocrisia no reino dos animais pensantes! Jamais poderia imaginar, em pleno século XXl, uma realeza pudesse se apresentar aos seus súditos de forma tão cruel e desumana , além de racista e preconceituosa.
Harry demonstrou todo seu valor como ser humano ao largar todo seu status e se entregar com todo amor, respeito e consideração à mulher que escolhera como companheira e mãe dos seus filhos. Esse gesto demonstra todo o apreço que devemos ter pela mulher que decidimos viver enquanto o amor perdurar, se for eterno que assim seja como disse o poetinha Vinícius de Morais, que seja eterno enquanto dure.
Por fim, confesso agora que valeu a pena de vivido para sentir a diferença entre a vida ser vivida com amor ou com hipocrisia. Presidente Bolsonaro devia se juntar aos miseráveis humanos da família real britânica e sair pastando nos pastos secos das caatingas do universo, quem sabe, que sem destino e sem alma eles conseguissem encontrar um objetivo de vida e pedir perdão pela insignificância deles enquanto pessoas tidas como renomadas. Não esquecendo que aqui no Brasil há uma grande leva de elementos com a mesma desclassificação para acompanha-los.
Dedico este artigo a minha mãe e sogra (in memoriam). Dedico também a minha esposa (Maria Luiza do Amparo Lima Dantas) e filha (Isabel Cristina Dantas Barra) quando amanhã, 08/03, comemoramos o dia internacional da esposa, parabéns extensivo a todas as mulheres.
Genival Dantas
Poeta, Escritor e Jornalista
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