
O Fato Sem Politicagem 31/10/2020
Enquanto termino de ler os matutinos com notícias nacionais e internacionais, observo que o céu continua carrancudo muito embora as previsões não nos deem uma garantia de chuvas, pelo menos de maior intensidade, algo como muito passageira e a temperatura voltando aos níveis de calor insuportável, como nos últimos dias, aqui em Ribeirão Preto e Região. Como novidades nada de novo que possa nos confortar e idealizar um final de ano favorável em termos de confraternização para o mundo cristão.
Somos novamente invadidos por informações negativas vindas dos EUA, na porta das eleições presidenciais e a quantidade de contaminados pelo Coronavírus já supera os números apresentados durante o pico de julho último, mesmo assim, a guerra entre os Democratas e Republicanos segue como se o mundo não estivesse sob o clima de tensão com a instabilidade apresentada e provocada pela ausência de um profilático eficaz que possa cessar o crescimento de pandemia de ordem mundial.
Esse momento de crise lembra a soberba americana do início dos anos 1960, quando o então Governo da antiga União Soviética, representado por Nikita Serguêievitch Khrushchov, primeiro ministro soviético, durante a guerra fria atuou como grande líder daquela potencia mundial, atuou como Secretário-Geral do Partido Comunista da União Soviética no período compreendido entre 1953/1964, ainda como Presidente do Conselho de Ministros de 1958/1954. Essa fase ficou conhecida como a Era Khrushchov, para os soviéticos.
Na outra ponta contrapondo, em potencial econômico, armamentista e bélica, tínhamos o mais jovem Presidente dos EUA (20 de janeiro de 1961 até 22 de novembro de 1963) John Fitzgerald Kennedy, quando foi brutamente assassinado pelos paquidermes da inveja mundial. Ainda garoto lembra-me da agitação que havia pelo risco iminente de uma guerra intitulada de: crise dos mísseis de Cuba. Situação acirrada desde a Invasão da Baia dos Porcos, resultado da aliança da União Soviética e Cuba, grande risco que corria os americanos pela aproximação territorial das bases soviéticas na América.
O mundo mudou, morreu o Presidente Kennedy, Khrushchov virou lenda, o Muro de Berlim já caiu; a Corrida Espacial hoje é caminhada do tempo perdido, muito dinheiro gasto e pouco resultado prático obtido, além do avança da tecnologia de ponta e a mídia eletrônica, resultados daquela época; e a Guerra do Vietnã, uma triste lembrança de algo pesaroso para um país líder mundial para a Democracia. Esses assuntos fizeram parte do Governo Kennedy.
Nas mudanças que o mundo teve, muitas vieram para piorar o que vinha acontecendo de pior para o planeta terra e a humanidade. Continuamos solapando o nosso planeta, com ideias retrógradas, com exploração da terra para uso do solo com mentalidade desde que o homem parou de ser nômades e invenção da agricultura. Para nossa falta de responsabilidade e acuidade com o que é nosso como uso e fruto, a terra é da natureza, apenas a exploramos sem nenhuma noção de cuidados para repassarmos aos nossos herdeiros, se não uma terra melhorada, pelo menos igual àquela que recebemos dos nossos antepassados.
Nessa fase que nos encontramos, com uma pandemia mundial, sem sabermos como controlá-la, sem nenhum produto medicamentoso ou químico ao nos auxiliar na sua contenção, em momento de extrema gravidade, quando alguns governos ausentes de qualquer noção de equilíbrio e controle sanitário, casos específicos do americano e brasileiro, administrando seus países com a égide do despautério, o vírus da desgraça do novo milênio resiste e se reinventa vindo pelos canais americanos e entrando no Continente Europeu de forma sorrateira e cruel.
Dessa forma, em alguns países já começa a suspender atividades liberadas parcialmente; na Bélgica os procedimentos hospitalares não essenciais não mais são praticados, dando prioridade para os pacientes infectados pelo Coronavírus; a Holanda começou a transferir seus pacientes mais graves para a Alemanha; enquanto isso a Croácia chama médicos e paramédicos aposentados para auxiliarem junto aos hospitais; nos países da Europa Ocidental a situação não é diferente, inclusive com picos registrados no Reino Unido, França, Itália e Espanha.
Na França a situação é mais grave com a implantação de novo lockdown e o próprio Presidente Macron anunciando que essa segunda onda pode ainda mais drástica e dramática. Como lá eles estão na porta do inverno o risco de contaminação e proliferação do vírus é mais daninho. Com toda essa crise internacional a impressão que temos é que estamos em outro planeta, quando todos tomam precauções e se recolhem anunciamos mais aberturas para a população, mesmo que estejamos numa fase de estabilidade da pandemia, temos Estados com índices de infecção começando a preocupar.
Temos estudos encomendados pela (ONU) Organização das Nações Unidas, feitos pela Plataforma Intergovernamental, referente à Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES), conduzidos por
22 cientistas, relacionados a doenças infecciosas, com revisão sobre as referidas doenças transmitidas de animais para pessoas e a biodiversidade. A conclusão é que ainda temos chances de desviarmos da fase denominada “Era das Pandemias”, com medidas mais preventivas que reativas, vai depender da nossa forma de continuar lidando com a natureza.
O aconselhamento é que façamos redução de impactos com desmatamento, mesmo sabendo que as pandemias sanitárias têm origem nos micróbios transportados por animais, mas sua invasão aos outros ambientes são ocasionadas pelo homem e suas atividades, levando mudanças ambientais globais, tornando as causas subjacentes e impulsionam a perda da biodiversidade, ainda com as mudanças climáticas.
O estudo é muito longo e os resultados negativo, se não tivermos cuidados especiais daqui para frente, vamos ser seriamente ameaçados e não seremos perdoados pela própria natureza, ela que é nossa coirmã do planeta. Muitas outras pandemias estão caminhando em nossa direção, enquanto isso, temos um comando governamental isento de qualquer preocupação com o que está ocorrendo, não temos nos preocupado nem mesmo com as perdas humanas, muito menos com o futuro dos que ainda não estão contaminados.
O que mais nos preocupa é a falta de atenção dos governantes, principalmente na esfera Federal, ficam cuidando de picuinhas setoriais dentro do próprio governo, enquanto a população fica refém da ausência de um plano central de comportamento emergencial. As nossas matas sendo mal cuidadas, com focos de fogo por todos os cantos, nossa relava prejudicada e nossos animais morrendo pelas chamas e pelo sufocamento das fumaças surgidas pelo fogo e brasas que ficam ardendo no solo.
Precisamos de uma liderança comprometida com nossos recursos naturais, dentre eles o que ainda há de mais caro para a nossa cultura e nosso amor à terra mãe. Nossos atuais governantes não nos serve como referência nesse momento. Nosso Presidente da República não nos representa com a dignidade de o momento exige, principalmente com o trato com as causas científicas, a própria vida da população, a valorosa terra que temos e a escassa riqueza que mantemos sobre e sob ela, contando com matas, rios, animais e pássaros, tão caros como são as vidas e dignidade do povo brasileiro.
A verdade é que descuidamos do nosso passado, estamos indiferentes ao nosso presente, enquanto alguns se preocupam apenas com o seu bem estar no futuro. Estamos necessitados de cuidadores humanos e beneméritos, chega de um passado de tristes memórias, um presente de desolação e um futuro incerto e duvido. Precisamos da luz do sol do nosso dia, para o dia de amanhã virá com a aurora, se não apagarmos suas chamas com a nossa hipocrisia.
Genival Dantas
Poeta, Escritor e Jornalista

Comments