Velhos vícios, trapos remendados 11/11//2024
Faz muito tempo que há uma defasagem entre o que a Saúde pública paga aos hospitais e o custo real dos procedimentos médicos e cirúrgicos praticados no âmbito hospitalar. Os números antecedem a 1994, último dado encontrado para avaliação, quando a tabela foi reajustada, média, em 93%, enquanto o INPC, no período, foi de 637%. Dados da Confederação das Santas Casas.
Conforme a mesma (CMB) em 2023 a rede pública foi responsável por apenas 27% das internações de alta complexidade, enquanto os filantrópicos atenderam 61% dos pacientes, entretanto eles são vítimas do seu próprio dinamismo, pois eles representam metade dos leitos do SUS e em quase 900 municípios são o único serviço de saúde. Os governantes capitalizam o prestígio do maior serviço de saúde pública do mundo!
Desde sempre as Santas Casas e os demais hospitais filantrópicos vivem da caridade humana, as comunidades são seus reais provedores, vivem sempre deficitários, tanto é que a Santa Casa de São Paulo anunciou a venda de sete imóveis, objetivando arrecadar R$ 200 milhões para quitação de parte de uma dívida de aproximadamente R$ 650 milhões.
Não podemos esquecer que o Sistema Único de Saúde (SUS) é reconhecidamente um serviço público prestado por privados, os hospitais considerados estatais são insuficientes, caros e ineficientes. O grande erro é não ressarcir os custos dos serviços prestados pelos conveniados, oportunizando uma pequena margem de lucro para que esses prestadores de serviços sobrevivam com dignidade.
Ante os fatos é necessário que Interoperabilidade se faça presente entre os administrados da Saúde Pública brasileira com a integração do público-privado, adicionando a tecnologia e a judicialização, em um único pacote, evitando não só as fraudes no setor e o descaso que há nesse segmento de saúde, implicando ainda a participação efetivada da Saúde suplementar, mantendo viva a esperança desse setor tão necessário aos mais necessitados de uma assistência real.
Comments