Novo governo velhas práticas 03/10/2023
Tempos difíceis esses que estamos atravessando, faz muito tempo que o ter passou a ter mais valor que o ser, vale muito mais o que você tem em sua conta bancária que aquilo que você representa em qualidades morais e da sua reputação na sociedade em que você vive. Claro que isso é o acúmulo de erros aceitos pela própria comunidade que passou a respeitar os valores materiais em detrimento aos atos e gestos das pessoas de bem na conduta do ser humano em defesa dos demais.
Há um clima de insatisfação na relação dos Poderes constituídos, depois que o Judiciário se tornou um furor legiferante, passando a ser o protagonista na produção de leis, enquanto o seu papel principal e recorrente é exatamente a verificação da constitucionalidade das próprias leis escritas pelo Legislativo Nacional, essa troca de papeis, ou simplesmente intromissão vai além da invasão ao Legislativo, a situação ocorre também com o Executivo, que teve sua seara tomada por um golpe constitucional.
A situação tende a ficar pior, o marco temporal, uma situação bem demarcada, dando tempo e espaço aos direitos aos indígenas, limita ao direito a terra por eles ocupadas até 05 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição, nada além dessa data, essa forma foi ignorada pelo STF e anula essa ação do Legislativo, em consequência, na mesma data o Congresso edita nova lei trazendo novamente ao cenário jurídico um novo marco temporal, ou coisa que o valha.
A insegurança jurídica, foi definitivamente estabelecida, temos duas leis para uma única situação, certamente o ato do Congresso será considerado inconstitucional pela Corte, na sequência o Congresso tomará nova atitude, até que alguém tome juízo e estabeleça uma trégua em nome do bom senso, quem sabe, dessa forma o Brasil tomará um novo rumo e dentro das quatro linhas da Constituição, sem ciúmes e sem orgulho bobo de determinadas pessoas alheias à causa nacional.
Temos outros assuntos invadidos pelo STF, de muito apreço ao povo brasileiro, o aborto está sendo tratado como uma causa do judiciário, nesse caso há toda uma situação em jogo, inclusive mexendo com a religiosidade da Nação, o homem religioso é por natureza conservador e esse Poder está indo de encontro a um tema de muita relevância ao povo brasileiro, é uma seara que não deve ser invadida, mais um tema que deve ser tratado com muito tato e cuidado.
Há outros temas que devem ser discutidos entre os Três Poderes em uma tentativa de resgatarem a harmonia entre eles, se continuarmos nessa marcha de discórdia não teremos um futuro de paz e progresso desejado por nós. Nesse momento é preciso que o orgulho e a vaidade pessoal sejam jogados por terra e prevaleça a serenidade e a concórdia, afinal o brasileiro esse povo tão judiado pela própria natureza merece pelo menos um momento de tranquilidade, em nome da Justiça.
Genival Dantas
Poeta, Escritor e Jornalista
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