Numa situação normal, a empresa faz seu budget com prazos nunca inferiores a um período de 05 anos, anualmente é feito o forecast com a finalidade de revisar o orçado previsto e o executado, assim vai se ajustando os números procurando sempre atingir os objetivos de produção e vendas, de forma tal que a realidade nunca fuja muito do previsto.
Como o Estado, o Executivo, não deixa de ser uma empresa, com características específicas, ela também é obrigada, até por força da Lei, de apresentar seu orçamento para o ano fiscal subsequente e é responsabilidade do Legislativo aprova-lo, até que o orçamento não seja aprovado nada pode ser gasto. Há implicações terríveis para o Executivo se esse ultrapassar os limites da LRF, dispositivo constitucional que serve de vetor para segurar o espírito gastador que normalmente os governos possuem.
Em um estado de anormalidade principalmente quando surge uma pandemia, como é o caso da situação em que se encontra o nosso planeta, por conta de um Coronavírus, fazendo muita gente gemer sem sentir dor e muitos políticos governantes mostrarem suas verdadeiras caras de incompetência, mormente os populistas e que são muitos, nesse momento, exemplo do Brasil, o Governo Federal recorre ao estado emergencial, o Legislativo aprova e o Judiciário concorda, ficando o Executivo autorizado ultrapassar os limites da razoabilidade, na tentativa de conter uma situação piorada.
Antes da crise da saúde pública o Governo estava controlando o orçamento para esse ano com déficit de aproximadamente R$130 bi, com esse novo problema acredita-se em um número acima dos R$200 bi, agora já não há mais alarido por conta da balança comercial e o nosso déficit, a oposição se cala e nós vamos acompanhando o desenrolar dos fatos esperando que o Governo seja econômico, dentro dos gastos que forem necessários para resolver a crise da saúde pública, com menos mortes; crise financeira, com o mínimo de falências e a crise política que vem empurrando o Presidente Bolsonaro de ladeira abaixo, na sua popularidade, exatamente pela sua absoluta falta de habilidade política e seus arroubos inoportunos.
Hoje o Presidente Bolsonaro encontra-se no isolamento político, perdendo a confiança dos eleitores, políticos em diversos cargos e esferas, ele peitado pelo Congresso Nacional, o Poder Judiciário, além de Governadores e Prefeitos que agem de acordo com instruções da OMS (organização mundial da saúde). O Brasil, infelizmente, está acéfalo, administrativamente falando, parece até a história da Torre de Babel, ninguém se entendendo e o Bolsonaro falando para as paredes, ficando suas palavras sem eco no meio da multidão.
Não fora a presença nesse Governo do Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, a situação estava bem pior, ele tem dado as orientações corretas, mesmo com as opiniões inoportunas do Presidente Bolsonaro, que teima em conhecer do ramo sem ter a mínima ideia do que esteja tratando, dessa forma ele, o Bolsonaro, desagrada a todos e insiste na sua ladainha desconectada da realidade que vivemos, o mundo está resolvendo a crise do Coronavírus com o isolamento social, enquanto Bolsonaro aposta na liberdade total da população, exceto os mais velhos e a população de risco iminente.
É bom deixar claro que somos favoráveis à preservação da vida, como também temos que manter nossas empresas e a nossa gente o mais longe possível do sofrimento que se avizinha. Foi montada uma força tarefa para superarmos essa tragédia com o mínimo de perdas e danos, muito dinheiro será jogado no mercado, uma parte como antecipação de valores do 13º salarial dos aposentados e pensionistas; empréstimos ao pequeno e médio empresário para complemento de pagamento do salário dos funcionários, fixado em dois salários mínimos para cada funcionário e a diferença para quem ganha mais será completada pela empresa.
O programa Bolsa família será ampliado, com a entrada de mais 1.4mi de novas famílias; quanto às microempresas com faturamento menor que R$300 mil e superior a R$10 mi, o governo está estudando uma forma de não deixa-las fora desse aporte financeiro; aos autônomos, os que operam na informalidade e os subempregados se anuncia uma ajuda por três meses de R$600,00, por pessoa e até duas pessoas por família, esse último aporte foi aprovado pelo Congresso no dia de hoje e retorna para ser sancionado pelo Presidente da República. Todo esse valor ainda falta à anuência do Congresso Nacional, muito embora as tratativas já fossem feitas e há consenso por parte dos Líderes políticos.
Esperamos que com ações localizadas e pontuais, vençamos essa crise que veio para nos mostrar que somos pequeninos ante a surpreendente natureza, ela nos põe de joelhos com algo que só o percebemos se olhado por lentes potentes dos incríveis microscópios. Nessa hora e com receio dos mistérios que nos cutuca com vara curta, as nações abrem seus cofres, para se livrar do imponderável, caso dos EUA que anuncia US$2tri para auxiliar no combate ao vírus, o G-20 está disponibilizando mais US$5tri, cada potência vai fazer sua parte.
Agora é aguardar que esse socorro técnico e financeiro, efetivamente, chega na hora certa e o estrago que teremos, em termos de perdas de vidas e desacertos econômicos, seja o menor possível e nos preparemos com mais eficiência e eficácia para a próxima tragédia, que um dia virá, essa não é a primeira e nem a última.
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