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Foto do escritorGenival Dantas

A história é dinâmica e insólita



No Governo Juscelino Kubitschek (1956/1960), marcado pelo seu plano de ação, cujo lema era “Cinquenta Anos Em Cinco”, teve a marca do Populismo com Desenvolvimento, o objetivo era trazer ao País o desenvolvimento econômico com avanços sociais, que vinha ocorrendo em outros Países. Não temos dúvidas que as promessas mais representativas, do seu plano, foram implantadas no decorrer do seu governo.


Inicialmente, o parque industrial foi, efetivamente, incrementado com a implantação, principalmente em São Paulo, da indústria automobilística e fornecedores no entorno dela. A grande São Paulo foi a região premiada com as indústrias e, no paralelo, sede dos principais sindicados para regulamentação de uma nova mão de obra qualificada e direcionada a essa nova categoria.

Muito embora já existisse a presença da indústria automobilística, Indústrias Romi S/A, fabricante da Romi-Isetta, em Santa Bárbara d oeste/SP, o plano do Presidente à época era ambicioso, e sua ambição era positiva. No primeiro ano do governo JK (1956), a Vemag lança uma camionete, a F92, antes fabricada pela DKV e montada no Brasil. Já era 1958 e vieram os modelos F94, agora com as peruas e sedãs. Na sequência, 1960, e com a importação diretamente da Fissore, carroceria, e mecânica DKV, surgiam seu novo carro.


Em 1957 o Grupo Brasmotor começa a montagem, aqui no Brasil, da velha e útil Kombi, no sistema CKD (completely Knocked Down), e em 1959, na cidade de São Bernardo do Campo, grande São Paulo, foi instalada a fábrica da Volkswagen, projeto posterior a sua implantação no Brasil em (1953). Nessa mesma fase é lançado o modelo Volkswagen Sedan, popularmente chamado de fusquinha. Paralelamente e em Rio Bonito/RJ, é lançado o Jipe Tupi, empreendimento de um pequeno empreendedor e com motor com gerador elétrico, desconheço o paradeiro desse produto.

Concomitante, tanto a Ford como a Chevrolet dava continuidade a montagem dos caminhões com suas respectivas marcas e peças importadas, para numa nova etapa e, na década posterior, iniciarem a produção de automóveis (1968). Já na década posterior (1973), a Italiana Fiat lança sua produção de automóveis e caminhões, usando espaço e benefícios fiscais do Estado de Minas Gerais, descentralizando a produção e montagem de automóveis, do polo paulista já saturado.

O mercado brasileiro se apresentava como um novo mercado consumidor e com grandes perspectivas de vendas internas, e a possibilidade de exportação aguçou o apetite dos farejadores do lucro. Na esteira das quatro grandes montadoras instaladas surgem outras menores, mas, com grande expressão internacional.


Algumas empresas nacionais se aventuraram no mercado automobilístico e se deram mal, não se firmaram, tendo que recuar por conta das dificuldades de expansão no mercado ou mesmo a saturação que vinha ocorrendo no mercado interno. Dentre elas as que mais persistiram foram a Gurgel com seu veículo Gurgel BR-800, a Puma Veículos e Motores, além do Miura.

Teve outra marca que não saiu do papel, era um empreendedor solitário e idealizador do carro Presidente, teve até protótipo exposto ao público. Entretanto, seu projeto não foi estimulado e por absoluta falta de apoio e investimentos externos e internos, o carro Presidente foi definitivamente abortado, seria ele o segundo carro brasileiro, quem esse caso não tenha sido apenas uma questão de assertividade! O primeiro foi produzido, o Gurgel BR-800.


O avanço dos sonhos do Presidente JK era incontestável ao mesmo tempo vitorioso tanto no tempo como no espaço preconizado, e a promessa de construir 50 anos em cinco foi uma realidade. Entretanto, no desenvolvimento industrial, outros setores se incorporaram e os já existentes tomaram novo ritmo, aliado à transferência da Capital Federal, da Cidade do Rio de Janeiro, para o Centro-Oeste, construção de Brasília.


A efetiva realização dos sonhos e promessas cumpridas, para tanto, JK,O Presidente Bossa Nova, “foi no período do seu governo que esse movimento musical apareceu”, teve que contrair empréstimos externos, principalmente, no centro financeiro americano, e por consequência, endividou o Brasil, pagando até hoje, uma exorbitância em juros de mora e sem previsão de sairmos dessa crise financeira.

Claro que a dívida externa Brasileira é bilionária, e em dólar, dessa forma fica impagável caso ela não seja transformada em alguma cesta de commodities, preferencialmente minerais ou grãos, e colocado valor de transformação na data da negociação. Nesse caso, a dívida será paga pelo valor referência, não sendo acrescida de novos juros, mesmo porque, o valor base da dívida negociada será corrigido pela própria valorização do dólar, nesse caso haverá a paridade entre tonelada de produto versus valor moeda (dólar) dia.

Enquanto a suposição da cesta não vire realidade, a história da implantação das montadoras e fabricantes de automóveis, no Brasil, os fatos vão ocorrendo e as mesmas empresas, tantas outras e de vários setores, atrizes, ganhadoras de notáveis prêmios traduzidos em privilégios de isenções fiscais, em nome do degradante estágio da coroa; continuam buscando novos privilégios ou regalias, como se fora uma troca sistemática.


Caso o simplório pedido não seja atendido fica a provocação delas, numa forma de ultimato, suas fábricas serão fechadas, pois, a continuar suas operações em nosso solo serão contempladas com mais prejuízos, é de se observar, seus balanços apresentam perdas relevantes para sobrevivência dos seus padrões mundiais. Duas dessas coitadas, empresas caçadoras do lucro fácil, sem nenhum espírito de solidariedade e renuncia, já estão se debatendo, junto aos governos e suas respectivas competências, a realização dos seus desejos.


Na contra mão da sorte, os apenados empresários, lutando pela sobrevivência num mercado cruel e desumano, navegando no mar de insensibilidade e insanidade dos governos, ás suas causas, sem nenhuma trégua ou benefício, muitas vezes são obrigados a cerrar as portas do seu pequeno comercio ou fabriqueta, passar por profundas humilhações, protelando a educação dos filhos e jogados, definitivamente, na sarjeta do submundo urbano, se junta aos moradores de rua na busca, quem sabe, de sobrevivência, até um dia, até talvez, até quem sabe. Senhor, que País é esse!


📷

Genival Torres Dantas

Poeta e Escritor

genivaldantas.com.br

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