A estrela de todos os encantos sai da vida e entrará nas lendas (29/07/2021)
O Fato Sem Politicagem 29/07/2021
A vida é feita de perdas e ganhos, nem sempre a ordem dos fatores não altera o produto, fugindo da comutatividade, e assim segue os fatos e os fatores determinantes em nossas vidas. No meio dessa tempestiva fase para nós humanos estamos nos acometendo de situações, muitas vezes extremas, em alguns momentos, provocadas em decorrência da pandemia, em outras esferas resultantes do próprio alinhamento da vida em suas peripécias.
Já esbocei nos meus escritos, este mês em curso, Julho, toda minha alegria e contentamento pela chegado do meu primeiro neto, fato que muda até a cabeça de um ser já maduro o suficiente para não se sentir velho e superado pelos novos tempos, afinal é o recomeçar da vida em um novo ser que se apresenta para traçar seus planos, melhorando tudo aquilo que no inicio da nossa vida parecia ser o melhor de nós sem outros incrementos para resultar em ganhos naturais.
Mas, como eu escrevi anteriormente, temos nossas perdas, também, no contorno e o ajuste da própria raça. Hoje me sinto abalado por uma perda significativa, não de um ser humano, porém de um animal, desses que passam a fazer parte de nossa rotina nos acompanhando par e passo enquanto estamos recolhidos no nosso ambiente familiar, particularmente, uma cadela de esmerado cuidado para comigo e sua fidelidade canina, pois foi seu escolhido enquanto viva.
Refiro-me aquela que sempre esteve comigo por onde andei, nas minhas andanças e moradias interestaduais, sem nem mesmo reclamar dos meios de locomoção e espaços ocupados. Pietá, para quem não tem participado da minha vida privada não sabe o quanto tenho me dedicado aos amigos de quatro patas, objetivamente os cachorros e esses procuram de alguma forma retribuir de forma amável e delicada, colocando luzes em nossos caminhos.
Infelizmente, nessa madrugada do dia 29, a estrela de todos os encantos, composta das cadentes, nos seus últimos suspiros, das matutinas, vespertinas e dos madrugais, além dos períodos passando por todas as estações, não esquecendo as fases da lua, sai da vida de forma calma e silenciosa, assim como sempre viveu, Pietá, já uma senhorinha foi abraçar outras causas, em outros espaços, sua ternura e afeto para outros que daqui partiram também.
A sensação que ficou foi de uma perda irreparável, de um parente bem próximo, ou um amigo, daqueles que presamos tanto que classificamos como um parente sem sê-lo. Como as pessoas sabem, sou um conservador nato, portanto fiz questão que fosse feita a cremação do seu corpo para que eu pudesse, enquanto aqui eu estiver manterei suas cinzas no mesmo espaço que nos acolhe, assim mantenho vivo o meu apreço e meu carinho por ela a Pietá.
Trata-se de um sentimento de amor totalmente diferente daquele que dedicamos aos nossos pares, cuidadosamente distribuídos proporcionalmente nosso envolvimento e cada qual no seu respectivo patamar. O sentimento que dedicamos aos amigos de quatro patas, cães, é diferenciado, normalmente há reciprocidade nessa relação, um misto de gratidão, cuidado e zelo, somente os que têm essa relação de amizade sabe perfeitamente entender o que estou tentando exprimir.
Deixou aqui, nessas poucas linhas, todo meu reconhecimento à Pietá, pela importância dela em nossas vidas, enquanto aqui esteve; sua presença fazia parte do meu processo de cura enquanto era afetado por algum mal que em mim se alojasse, assim como a companhia que fazia enquanto estava só, ela simplesmente, se fazia presente em substituição a outro ser humano, até mesmo nos meus escritos ela participava indiretamente, como quem solidária.
“Resta à saudade de uma grande amiga e companheira, fiz questão de fazer a cremação cujas cinzas virão na próxima semana, certamente ocupará um lugar em nossa casa, consciente que do nosso coração em não sairá.”
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