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Foto do escritorGenival Dantas

A divulgação da inflação fez a Dani secar as lágrimas e engolir o choro









O Fato Sem Politicagem 11/01/2022





Definitivamente, a divulgação do IPCA (índice oficial de inflação do país) de 10,06%, o pior resultado depois de 2015, joga a última pá de terra na esperança de alguém ainda crédulo na recuperação do governo Bolsonaro, mais ainda, as perspectivas anunciadas para este ano não são muito diferentes do ano pretérito. Tudo bem, mas quem é Dani nesse percalço.


A Dani poderia ser a Manuela, Raimunda, Carla, ou mesmo o Severino, Inácio, até mesmo o Messias, alguém que nessa temeridade de vida angustiante tem o controle e é a provedora, e ou provedor da família constituída, que luta para o desenvolvimento dos seus membros com a dignidade somente vista nos grandes heróis anônimos dos lares brasileiros.


O presidente do Banco Central Roberto Campos Neto, em carta, informa, se justiçando do não cumprimento pelo atingimento das metas previamente estabelecidas, como é de costume, superando em 4,81 pontos o objetivo que foi perseguido, que era de 5,25%, a culpa sempre recaindo na pandemia sanitária e a elevação de preços internacionais.


Essa tragédia representada em duas casas (dois dígitos) em dois setores afetados como o trabalho e a economia, além do aspecto pandêmico outros fatores devem ser levados em consideração, mormente e especificamente ao Brasil. A falta de gerenciamento da crise sanitária e o espírito negativista do governo central foram decisivos para o agravamento da crise.


Considerando a falta de apoio para o início da vacinação foi um fator determinante para termos um número de óbitos tão elevado, a disputa verificada pelo governo Bolsonaro com os Executivos Estaduais e Municipais, apoiada pelo Judiciário, aqueceu mais ainda a chama da discórdia verificada entre o governo Central e os Federados.


O resultado dessa estroina não podia ser diferente, restou ao governo Federal liberar recursos para o combate nos seus respectivos pontos de gravidade, ocorrido em todo território nacional, sem nenhum controle, a gastança foi simplesmente criminosa, em vários Estados e cidades contempladas com recursos federais, muitas vezes desviados da sua finalidade.


Como toda dívida tem seu prazo de vencimento estipulado, algumas demoram mais que outras, no nosso caso, as consequências da insensatez de alguns administradores do dinheiro público tornaram público a máxima de que a verdade prevalecerá. Algumas situações e setores foram mais prejudicadas, dentre elas, Saúde, Trabalho e Educação.


Alguns setores foram mais afetados, como já falamos. A Saúde pelas suas circunstâncias foi um dos setores mais exigidos, em termos de resposta ao público elevou a moral do SUS, esse serviço tão criticado anteriormente e na sequência foi reconhecido com o troféu eficiência e eficácia pela qualidade dos seus operadores e o quadro técnico.


O trabalho foi, efetivamente, aquele que se esfacelou de forma contínua e gradual, na proporção que a contaminação aumentava a circulação das pessoas diminuía, as empresas entravam na fase do estrangulamento financeiro, por conseguinte, eram obrigadas a demitirem funcionários, quando não fechavam suas portas, resultando em desemprego de 14%.


Com poucas empresas operando na sua plenitude para segurar todo setor produtivo, os preços começaram a subir e a nossa velha e conhecida inflação não se fez de arrogante e reaparece, mostrando que ela é inconsequente e inconveniente, trazendo no seu bojo uma nuvem de desesperança e intranquilidade para a economia como um todo.


É na Educação que retorno com a nossa personagem inicial, Sra. Dani, mãe exemplar, provedora principal, filhos estudando (dois) um deles em Universidade Particular, interior de São Paulo, tida como uma das melhores, com boa reputação do seu quadro de docentes, porém ela já com seus recursos esgotados não tem como alimentar o sonho do seu filho universitário.


Um país sem perspectiva de melhora, emprego ainda em fase de recuperação, inflação continua em escala crescente, o ensino totalmente desprezado por quem deveria administrá-lo dignamente, a situação da Dani é tal qual a de muitos pais espalhados por esse Brasil de muita crise e poucas possibilidades de recuperação, assim vive a família de hoje.


O pior é que não há nada que o governo venha fazer para acabar com todo esse entrevero, governo inerte, pasmo com sua própria ineficiência na resolução dos problemas gerais, a família sem fontes alternativas de combate, o jovem em uma encruzilhada inapelável, sem alternativas no presente, fica sem nem mesmo poder sonhar com um futuro melhor.


Genival Dantas

Poeta, Escritor e Jornalista











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