O Fato Sem Politicagem 11/01/2021
Neste momento de efervescência política, turbinada pelo ocorrido nos EUA, na semana próxima passada, quando o presidente ainda em exercício, Donald Trump, em gesto desesperador e final, ataca a Democracia mundial, na tentativa de reverter o quadro político e a vitória do seu opositor, Joe Biden, cujo resultado vem sendo uma tragédia em sucessivos atos e o resultado final pode resultar na própria cassação do presidente Trump, talvez uma pena alternativa de seu isolamento político com a proibição de seu retorno ao mundo político, dentro dos EUA.
Essa situação esdrúxula, dentro do país responsável por ser a grande Democracia Mundial, não tinha o direito de nos presentear com esse quadro estarrecedor e vergonhoso para os democratas que verdadeiramente zelam pelas liberdades da humanidade, nesse momento em que o espírito de repreensão e castração dos direitos individuais e coletivos é flagrantemente ofendido de forma acintosa, principalmente pela ação dos extremistas da esquerda e parcela da própria direita, quando seus desejos são contrariados.
No Brasil a situação não é nada animadora, com a aproximação das eleições para o comando do Congresso nacional, temos uma sucessão de fatos que nada corrobora com o fortalecimento da nossa Democracia, a forma pela qual os dois principais pretendentes ao cargo de presidente da Câmara Federal é um papel carbono de outras eleições para essa finalidade, no Senado o estilo não foge aos procedimentos de vezes anteriores, verdadeira corrida em busca do ouro perdido e suas extremadas consequências de despotismo no caráter político brasileiro.
Essas duas casas que anteriormente ao comando atual, tinha como administradores duas figuras icônicas do momento mais triste do nosso Legislativo, quando o ex-presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha foi preso e condenado por conduta nada apropriada para a República. Na outra Casa, Senado Federal, Renan Calheiros, se destacou pela quantidade de processos por conta de uma administração corrupta, entretanto julgado e absolvido em algumas situações continua atuando dentro da própria Casa, Senador da República.
A atual administração não deixou por menos, Rodrigo Maia vem administrando a Câmara Federal sentado sobre alguns pedidos de impeachment contra o presidente Bolsonaro é notícia corrente que ele mantém essa situação sobre seu controle como poder de barganha e de certa forma tem obtido sucesso na sua empreitada. Davi Alcolumbre, como presidente do Senado e do Congresso ao mesmo tempo, não se faz de arrogante, para proveito próprio, segura vários pedidos de impeachment contra alguns ministros do STF, aludia-se que é para não ser importunado no cargo.
A situação mais inconsequente para a Democracia brasileira fica por conta do Judiciário e do Executivo. Enquanto alguns ministros do Judiciário se mantêm nos cargos ajudados pelo prestígio daquela casa em tempos anteriores e formados por outro quadro detentores de postura com formação de moral ilibada, conquanto a atual formação não se sustente e deixa muito a desejar, essa é a opinião da maioria dos brasileiros que acompanham a vida pública nacional.
O Executivo, por mais que o presidente Bolsonaro se esforce para manter uma postura construtiva e positiva como administrador, sua vida pregressa não ajuda muito. Ex-militar do exército brasileiro, se aposentando da carreira militar quando foi eleito vereador pela cidade do Rio de Janeiro, isso aos 33 anos de idade. Essa sua saída da carreira militar para atuação junto ao meio político brasileiro, chegando ao cargo mais alto da República é cheia de controvérsias.
No Exército ele não foi o mais santo dos militares, tendo sido preso por 15 dias, por reivindicação de melhores salários para sua classe, depois foi acusado de atentado em um quartel, sendo absolvido, dessa forma a tese que ele foi expulso da corporação é mentirosa. O que efetivamente temos é um presidente envolvido com pessoas nada Republicanas, principalmente seus filhos, também políticos, três deles, enrolados com o Judiciário, como é sabido, por conta de episódios comprometedores ao exercício dos seus respectivos cargos nos executivos.
Essa situação destoa da conduta na vida privada de um presidente da República, temos que admitir que a vida dos familiares de alguém que vive na vida pública não pode ser misturada ao seu rendimento no exercício do presidente na função, porém é preciso que as coisas, no seu entorno, pelo menos, seja administrada clara e bem alinhada, de tal forma que sua conduta não seja respingada ou questionada por ações nas entrelinhas.
Em nome da Democracia o Brasil já teve presidente que sem nenhum tino para o cargo e até mesmo responsabilidade para com sua postura no exercício do seu mandato, se aliou com pessoas nocivas ao erário público e praticou, sendo responsável indireto, pelo maior desfalque de um país Republicano, em toda história da humanidade, refiro-me ao incompetente, inconsequente, condenado e ex-presidiário, Luís Inácio Lula da Silva.
Para completar o quadro de tristes lembranças, o condenado pela Justiça consegue fazer seu sucessor, no caso uma sucessora, Dilma Rousseff, defenestrada do cargo por atitudes, também nada Republicanas. Mais ainda, na mesma sequência, tivemos um presidente substituto, reconhecido jurista, Michel Temer, acusado e preso por atitudes nada recomendáveis, mesmo que inocentado a posteriori.
Esta é uma síntese da nossa história mais recente de uma Democracia que se ressente de políticos mais decentes e patriotas, o que temos em ação é uma quantidade mínima de brasileiros que fazem parte de um Congresso assoberbado, com espíritos tibiamente a lutar para que a dignidade política não pereça definitivamente. O que mais nos consterna é verificar que muitos dos nossos colegas jornalistas estão alinhados com os nefastos da Democracia e nada fazem para resgatarmos os nossos valores morais de antigamente.
Genival Dantas
Poeta, Escritor e Jornalista
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