Estamos nos últimos dias do governo Michel Temer, aquele que sequenciou os governos do PT. Do início do governo Lula, dois mandatos, passando pelo de Dilma, mais de um mandato e meio, sendo ela afastada do cargo e substituída pelo seu vice-presidente, Michel Temer; ficando a história encarregada de contar a fase de 16 anos, ciclo que será encerrado dia 31/12/2018, próximo, para felicidade geral da Nação. Leia abaixo trecho de um texto concernente aos últimos dois anos do atual governo.
O momento que o Brasil atravessa é atípico e descomunal, não há na nossa história qualquer período que possamos traçar parâmetros e tentar fazer comparações trazendo luzes ao nosso atual momento, substituídas o governo por outro, devidamente credenciado pelo regime anterior, mesmo assim, não há a menor chance das correntes políticas se engajarem num plano de consenso e trabalharem pelo país, em busca de uma solução para as enormes encruzilhadas que nos encontramos e tem nos colocado em caminhos difusos ou pavimentos incoerentes, numa tentativa inteligente e conciliatória, fazendo o país sair do buraco negro que fomos arremessados pelos vários fatores que nos trouxeram até aqui.
Quando achamos que o barco vai zarpar para sua longa travessia, em busca de novas oportunidades e perspectivas, eis que somos envolvidos no meio de novas crises, sempre provocadas por políticos da base aliada, como sempre acontecia com o governo anterior, contribuindo de forma definitiva para que o crédito do povo, no governo, ficar sempre temerário e impossibilitado de criar condições de uma credibilidade sustentada e firme. O último desacerto na equipe governamental provocada pela saída do Ministério da Cultura, do Ministro Marcelo Calero, provocada por uma situação de ingerência ministerial, quando o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, um dos mais próximos auxiliares do Presidente Michel Temer, tentou interferir em decisões de competência do ministério da cultura. O normal seria, avaliada a veracidade dos fatos, que o ministro da cultura continuasse no cargo enquanto o SR. Geddel Vieira Lima, se tornasse demissionário, o que não ocorreu.
O que mais chamou atenção da população brasileira foi o recado rápido, dado pela Presidência da República, que o Sr. Geddel Vieira Lima continuava no cargo, numa atitude rápida e dando a entender que aquele ministro estava intocável no seu assento. É lamentável que os governos passem, mas, a politicagem continue a mesma, continua a forma anterior, quando prevalece à amizade com o rei, independentemente do súdito puxa saco a dizer amém. Essa é uma triste realidade que continuamos a conviver, pensei que o passado estava superado, mas, pelo andar da carruagem continuamos a caminhar pelas mesmas estradas mal conservadas com cavalos cansados e famintos, a servir pessoas mal agradecidas e famintas, loucas para completarem a carga de suas carroças já assoberbadas de patuás e souvenir do Banabuiú, como se operar com produtos vindos dos desvios e contrabandos fossem corretos e honestos.
Essas práticas não credencia o governo atual a se sentir absolutamente senhor do cargo, sem ter que trabalhar com dignidade, respeitabilidade e dando satisfações a carta maior que é a nossa Constituição, fica, portanto, registrado o nosso desconforto e temeridade pelo que possa vir daqui para frente. Se não houver uma guinada em direção aos bons costumes, esse governo fica prejudicado pelo seu próprio comportamento, com as práticas não Republicanas produzidas nos governos anteriores, Lula e Dilma (PT), logo agora que há uma necessidade premente do governo aprovar a PEC/55/2016, ele, o governo, corre o risco de ver sua pretensão ser prejudicado, com a não aprovação do seu desejo governamental, isso seria um descrédito descomunal, mas, é uma realidade que pode ser verificada e modificada, basta ter vontade política.
Genival Torres Dantas
Escritor e Poeta
genivaldantasrp@gmai.com
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