


O fato sem politicagem 03/05/2022
Quanto mais o tempo passa e se aproxima a eleição de outubro a situação fica cada vez mais dúbia e tensa dentro das siglas políticas. Em decorrência do financiamento público que banca as campanhas partidárias e, por conseguinte alimentam os partidos políticos em uma proporcionalidade à sua representação junto ao Legislativo federal, muitas são as renúncias de candidatos ao Executivo para manutenção e ampliação de suas cotas dentro da legislação vigente.
Esse quadro é desolador quando ele inibe a participação de, por vezes, tiver postulantes ao cargo de presidente da República em detrimento de outros objetivos, objetivamente, o financeiro. Esse fato gera desconfiança e até mesmo descredito total naqueles que se propõem a lutar pelas suas comunidades, na maioria das vezes, sem, nem mesmo, ter alguma ideologia e propósito em defesa dos menos favorecidos dentro de uma sociedade tão desigual quanto a nossa.
Tenho lido ultimamente sobre alguns casos interessantes, principalmente, surgindo de Partidos tradicionais e mesmo recentes: o caso do MDB é bem representativo, enquanto a candidatura da sua postulante ao cargo maior da República não obtém apoio popular, muito embora a Simone Tebet, pré-candidata do Partido, seja um quadro de respeitabilidade, o MDB já se encaminha para um segundo plano, ou seja, apoio a um candidato dentro da polarização.
Essa situação demonstra a ausência de qualquer espírito ideológico, expediente que formava o antigo MDB do Ulysses Guimarães, e tantos outros democratas. A fragmentação que virá de dentro para fora do MDB, certamente, trará consequência negativas a esse Partido que tanto fez pelo nosso país, ele não repetirá os mesmos resultados de outrora, até mesmo diminuindo sua representatividade no Legislativo e não seguirá unida na mesma direção de um único apoio.
Assim como o MDB, o União Brasil, associação do PSL e DEM, já não falam mais em candidatura própria, fatalmente, vai se dividir, apoiando tanto a extrema Esquerda, como a extrema Direita, como consequência vão sair perdendo, tanto a ala do Lulopetismo quanto a do Bolsonarismo. Mais uma tragédia anunciada, na tentativa de investimento apenas no Legislativo, com renúncia de candidatura própria ao Executivo, às duas coisas ao mesmo tempo é impossível de fazê-las.
Partidos políticos de menor expressão partem para o mesmo fim, muitas vezes têm até pessoas nos seus quadros com qualidades suficientes para se lançarem candidatos, entretanto, a parte financeira não recomenda essas atitudes, ficando com a opção do plano do Legislativo, quem sabe se assim procedendo eles não formarão um quadro de deputados mais significativos em quantidade, ampliando suas possibilidades financeiras, formando um caixa mais robusto e sustentável.
Pela extrema Direita, a situação não difere muito, ficando a candidatura do Bolsonaro correndo em busca de apoio dentro das legendas indefinidas focadas apenas na sobrevivência política, sem grandes planos partidários, objetivando apenas a ampliação de suas representatividades dentro do Congresso nacional, objetivamente a Câmara federal, dessa forma, ideologia é coisa superada, pertencente apenas a um passado, cujas lembranças foram espalhadas com o tempo e o vento.

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