Velhos vícios, trapos remendados 29/04/2024
A estratificação de uma sociedade passa necessariamente pela ética e os bons costumes, inclusive, dos seus Poderes constituídos. O que temos verificado ultimamente é uma celeuma imprópria ao bom andamento dos procedimentos inerentes aos atos emanados pelos Três Poderes, incluindo o Judiciário o último reduto (Casa) que fazia frente aos desmandos dos demais.
Aquele que era o Poder da compostura, elogiado pelo comportamento impar dos seus componentes na condução dos trabalhos e os resultados aferidos cuja imparcialidade era exemplar para as demais instâncias, o STF sempre foi o referencial para quem desejava seguir uma carreira meritória e o ponto de convergência a ser alcançado dentro da carreira Jurídica.
Infelizmente, depois da exposição com a introdução aos trabalhos do Judiciário da TV no plenário e com o comportamento, praticamente, relativizado pela população, o conceito dos juízes daquela Corte virou algo populesco, enquanto os trabalhos eram realizados com o sigilo das paredes sem nenhuma visão aparente do que ocorria, mantinha-se a ternura dos segredos impenetráveis.
O que vem ocorrendo é um derretimento do inimaginável, aquilo que parecia tão superior virou banalidade, hoje os noticiários dos matutinos anunciam comportamentos que jogam por terra toda aquela fleuma e membros daquela Corte são medidos pela régua dos outros Poderes e com os devidos atrofiamentos morais, não obstante a participação de outras classes nas incongruências.
É de conhecimento público que entre os dias 24 e 26, no Hotel Península, Londres, celebrou-se o “1. ° Fórum Jurídico Brasil de Ideias”, com debates de conceitos jurídicos, com a presença de empresários, três ministros do STF (Alexandre de Moraes, Dias Toffoli e Gilmar Mendes) com a participação de membros do STJ, do PGR, do ministro da Justiça, o AGU, e o diretor-geral da Polícia Federal.
Até agora tudo dentro do contexto exceto o patrocínio feito por uma empresa de tecnologia digital. O Código de Ética da Magistratura preconiza que juízes evitem comportamento que possa refletir favoritismo, e o Código de Processo Civil, a suspeição do juiz amigo íntimo ou inimigo das partes. Isso posto, seria de bom arbítrio que nossos togados evitassem esse tipo de constrangimento.
É bom lembrar, que A Lei da Magistratura exige, ainda, que juízes ajam com independência e tenham conduta irrepreensível na vida pública e particular. Esse tipo de comportamento só leva aos membros do Judiciário o descrédito junto à opinião pública, isso é profundamente lamentável para um País que vem ficando mergulhado, política e moralmente, em verdadeiro mar de lama.
Genival Dantas
Poeta, Escritor e Jornalista
Opmerkingen