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  • Foto do escritorGenival Dantas

É preferível um mar revolto a uma nau sem direção (29/06/2021)



O Fato Sem Politicagem 29/06/2021


Depois de tantas controvérsias já não há mais motivos para o presidente Bolsonaro se arvorar em defesa de tantos conceitos que ele vinha defendendo no início do seu governo. Uma das bandeiras levantadas por ele e certamente ter sido um dos quesitos de seu crédito junto ao eleitorado brasileiro, em 2018, foi exatamente o combate ao crime de corrupção, reiteradamente, praticado pelos governos em exercício, da época, lulopetismo.


Não há dúvidas que o consórcio estabelecido pelo Bolsonaro e o grupo denominado Centrão, elenco de parlamentares composto por um grupo de deputados distribuídos por diversos partidos, sem, entretanto, nenhum compromisso com qualquer ideologia, ou até mesmo projeto político, ficando estabelecido que sua única prática sempre fosse o de ficar ao lado da situação que estivesse no governo independente da bandeira por ele defendida.


Dessa forma, esse grupo que vem ajudando os governos em gestões seguidas, formulado pelo ex-deputado Roberto Cardoso Alves (Robertão) desde a nova Carta Magna, passando pelos governos de José Sarnei e Fernando Collor de Mello, expandido sua atuação no governo Fernando Henrique Cardoso, com atuação efetiva nos governos de Lula e Dilma, sequenciada no governo tampão de Michel Temer, reeditado no governo Bolsonaro, para desdita nossa.


Bolsonaro não só combatia a prática do “toma lá dá cá” como demonizava essa prática dentro do Congresso Nacional, infelizmente, por força das circunstâncias, para manter o governo em ação de governabilidade, aderiu ao grupo do Centrão, sem o menor receio, adotando-o como base de apoio ao seu mandato, mais ainda, tendo ajudado a eleger membros do grupo na presidência das duas Casas Legislativas, Câmara Federal e o Senado.


Convém ressaltar, esse grupo não tem apego ao sistema em curso, vai ficar sempre com quem esteja lhe proporcionando benefícios, distribuídos aos seus membros, em troca do apoio político. Com aproximação das eleições para o próximo ano Bolsonaro não tem certeza que poderá contar com o apoio desse grupo itinerante, politicamente falando, como ele fica sempre ao lado do Poder é provável que ele venha apoiar a quem esteja mais bem colocado nas pesquisas.


A pergunta que fazemos é se vale a pena ter apoio de pessoas sem engajamento de fato, quando ele já se apresenta como circunstancial. É temerário contar com esse tipo de apoiadores, entretanto o presidente Bolsonaro fez tantas tolices do decorrer de seu mandato que não sobrou alternativa, senão teria naufragado já há bastante tempo, pois o seu apoio dentro do parlamente vinha decrescendo fazia muito tempo.


É fato que as coisas não melhoraram para Bolsonaro, com o surgimento da pandemia do Coronavírus as coisas degringolaram para seu governo, é engano entender que o Brasil se encontra nessa fase em decorrência apenas da pandemia, a economia já vinha se arrastando, problemas de governabilidade, ausência de projeto político, econômico, educacional e de saúde já era sentido pela população mais carente do nosso país.


Eu diria que Bolsonaro foi atropelado pela sua própria incapacidade como gestor, ele nunca teve experiência no Executivo, nem mesmo na economia privada. Eis que de repente ele se viu com um transatlântico sob seu comando para atravessar um mar revolto, sem a mínima experiência com instrumentos de navegação. Nessa hora o capitão se sentiu sem terra firme, com uma tripulação inexperiente, tanto quanto ele e com prazo determinado para chegar ao destino.


O que estamos observando é que ultimamente nada vem colaborando para um desembarque seguro, no final da sua rota, certamente ele será substituído quando a nau for atracada, muito antes seus comandados já se jogaram nas águas, mesmo que inseguras, nadarão até encontrar outra ordem a seguir e do seu ex-comandante não terão nem saudades, apenas um alívio de ter sido salvos mesmo que cambaleados.


Genival Dantas

Poeta, Escritor e Jornalista







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